Racionalizar e diminuir custos dos Parlamentos
O escândalo dos Diários Secretos está gerando um projeto de legalização de fantasmas. Pretende-se oficializar a figura do “agente político” às custas do contribuinte para que esses privilegiados possam, por conta do povo, fazer um trabalho que os próprios deputados deveriam realizar ou recusar.
Talvez devessem rever suas obrigações, deixando o tempo de permanência em Curitiba para, talvez, um semana por mês (duvidamos que seja necessário mais do que isso) e gastando o resto de mês em suas bases. Aí talvez retomando a idéia do motorista dedicado ao deputado e um carro para esses contatos.
Temos a idéia errada de que os deputados (e vereadores) devem fazer leis, que aqueles que produzem muitas leis são os melhores; talvez, a essa altura, o melhor seja exatamente o contrário.
Em 1988 tivemos a promulgação da última Constituição Federal, obviamente ela ensejou a criação das constituições estaduais e municipais e uma infinidade de leis para regulamentá-las, a maioria sob o rolo compressor dos poderes executivos e sem muita discussão eficaz. Chegamos ao ponto de, se não formos advogados, ser extremamente importante tê-los ao lado ou na família (antigamente era importante ter um padre). A gente nunca sabe se está respeitando todas as leis inventadas e suas regulamentações, muitas vezes complexas e confusas.
Nossos parlamentares deveriam se dedicar a simplificar nossa legislação.
Podem e devem analisar o desempenho do Poder Executivo. Se tiverem essa intenção o ideal é que visitem obras, conheçam as favelas, andem pelas cidades, conversem com o povo, pessoalmente. Para isso precisam de tempo.
Nossos deputados e vereadores também deveriam estudar mais, já que, eleitos, conquistaram tremenda responsabilidade. Bibliotecas, bons livros, programas educativos de TV, filmes científicos, tudo demanda tempo talvez desperdiçado no plenário de câmaras que tentam reproduzir os tempos de Sócrates (aquele de Atenas) com a diferença que, naquela época, a Ágora não era cercada por policiais e cercas metálicas.
Agentes políticos parecem coisa soviética. Coisa de KGB ou as polícias secretas que tivemos em tantas ditaduras americanas (Sul, Norte, Centro, Antilhana). Talvez os fantasmas fossem quase tudo isso, o que explicaria a nomeação em Diários Secretos.
Podemos melhorar a qualidade do Poder Legislativo nesses tempos de internet, estradas asfaltadas, automóveis e calçadas ruins.
O ideal é que uma parte dos fantasmas, se entre eles existir gente que saiba usar e programar sistemas de comunicação via internet, seja usada para criar um bom programa de troca e armazenamento de mensagens, discursos, filmes etc. Se isso for muito caro não seria ruim a utilização de blogs, Youtube, Twitter, DVDs, cartas convencionais, Sedex, pendrives etc. para a permuta de informações usando a WEB, ECT, mensageiros etc.
Vimos como os discursos inflamados no Congresso Nacional serviram para tão pouco no “escândalo do Mensalão”. Dia a dia fica mais evidente que o povo sustenta teatros caríssimos. Para que isso não aconteça será, provavelmente, salutar deixar aos parlamentares mais tempo junto a seus eleitores, reduzindo permanência em plenário e gabinetes ao mínimo.
Assim economizaremos deixando de contratar “agentes políticos” e ganharemos a companhia sempre simpática (pelo menos em tempos de eleições) daqueles que elegemos.
Cascaes
10.5.2010
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