segunda-feira, 26 de março de 2012

Do que escapamos e o que podemos ganhar com a FIFA

E se os patrocinadores da FIFA fossem outros e a luta contra a corrupção
O poder da FIFA no Brasil é impressionante. Tornou-se maior, praticamente intocável após a assinatura de compromissos que descobrimos depois: o que significaria patrocinar a Copa.
As exigências e os caprichos vieram gota a gota. Estádios novos, como o do Atlético do Paraná, estão sendo refeitos para atender os desejos dessa gente estranha, pior ainda, em todas as cidades comprometendo planos urbanísticos e o bom senso que a Engenharia, Arquitetura, Urbanismo e Economia, além da Sociologia recomendariam.
Chega-se ao absurdo de se fazer linhas especiais de transporte coletivo em direção aos estádios, para depois, a cada campeonato, acontecer a necessidade de gastos extraordinários na recuperação de estragos que torcidas alucinadas poderão fazer.
Talvez com tudo tenhamos em benefício permanente aprimoramentos esquecidos, com destaque para a segurança em todos os seus sentidos.
Teremos leis e punições diferentes, resta saber se teremos presídios.
De qualquer forma até que ainda dá para festejar. O merchandising da Copa poderia estar em fabricantes de cigarro, seria um fumacê danado. Fabricantes de armas, cassinos e outras preciosidades talvez estivessem dizendo o que o Brasil precisaria liberar para ver alguns jogos de sua seleção, até agora meio sem rumo.
Já pagamos muito caro aceitando acordos com o FMI, por exemplo. Talvez isso tenha habituado nosso povo a esperar o pior quando o Governo entra em campo.
Também nada impediria o contrário. A FIFA seria talvez mais simpática se viesse com fabricantes de brinquedos, indústrias e laboratórios dedicados a pessoas doentes, deficientes, idosas, às crianças, aos estudantes etc..
O fascínio pelo dinheiro, contudo, deve ter pesado muito quando certas liberalidades aconteceram, inclusive por empresas brasileiras dispostas a tudo, pouco importando o que seja urgente, necessário e saudável.
O mês de março de 2012 chega ao final com declarações e revelações impressionantes. Será que até 2014 não teremos surpresas maiores? Sua Excia., o deputado federal Romário, um dos maiores jogadores de futebol que nosso Brasil já deu berço, fez suposições assustadoras.
No Paraná descobrimos que os clubes não devem se preocupar demais, a tendência será perdoar dívidas, mais ainda se o Brasil for campeão. A partir daí a corrupção e/ou irresponsabilidade poderão ser abençoadas e usadas como modelos de administração...
Nos livros de sociologia encontramos excelentes textos e estudos sobre o comportamento humano. Tudo indica que o “homo sapiens sapiens” tem inteligência , mas está longe de se comportar de forma decente. Isso não é característica exclusivamente brasileira, a diferença é que o modelo institucional nacional combateu os efeitos e ignora as causas da corrupção. Parece que um Projeto de Lei em andamento no Congresso Nacional poderá mudar isso (GONÇALVES, 2012), melhor ainda se outras leis fizerem parte deste pacote e forem corrigidas.
Da reportagem citada extraímos o seguinte parágrafo:
Idealizado pela Controladoria-Geral da União (CGU), o PL 6.826/2010 segue recomendações de convenções internacionais assinadas pelo governo brasileiro contra a corrupção. “Hoje o ato de corrupção é vantajoso para as empresas. Quando elas são flagradas, os donos simplesmente jogam a culpa em um diretor, mas a empresa não sofre punições sob o aspecto mais importante: o financeiro”, diz o deputado federal João Arruda (PMDB-PR), presidente da comissão especial que aprecia o texto desde 2011 na Câmara dos Deputados.”
Ou seja, esperamos que uma campanha nacional incentive a aprovação desta PL sem ajustes inibidores de seu propósito, combater a corrupção.
E a Copa de 2014?
Por enquanto o que vale é pensar que tudo poderia ser pior. É um consolo. Essa visão cresce quando imaginamos a FIFA apoiando fabricantes de facas, revólveres, equipamentos e coisas mais fortes do que a cerveja.
“Meia entrada” é importante? Isso podemos deixar de lado, está na hora de vermos discussões e posicionamentos mais objetivos a favor de nosso povo, afinal, quem e onde, em que cidade os brasileiros poderão comprar ingressos e ver os jogos do Brasil?
Cascaes
25.3.2012
GONÇALVES, A. (25 de 3 de 2012). Projeto de lei aperta o cerco a empresas corruptoras. Fonte: Gazeta do Povo: http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1237212&tit=Projeto-de-lei-aperta-o-cerco-a-empresas-corruptoras





domingo, 18 de março de 2012

O Que Você Tem a Ver com a CORRUPÇÃO?

domingo, 4 de março de 2012

Partidos Políticos?

Partidos políticos?
Cada povo tem o governo que merece. Talvez isso tenha levado o PT a mudar tanto nessas últimas décadas. O PSDB demorou um pouco e perdeu o bonde, não se ajustou para vencer eleições, ou melhor, um matou o outro dentro do próprio partido. Isso para só falar desses dois grandes partidos após 1988.
 A proliferação de partidos políticos mostra que forças existem em nosso país. E daí?
Democracia é o governo do povo pelo do povo e para algum povo, qual?
A formação das equipes gerenciais em repartições públicas, estatais, autarquias etc. nesses últimos mandatos de prefeitos, governadores e presidentes mostraram muita coisa. A Corte é fascinante por diversos motivos e assim os descontentes criaram agremiações políticas denominadas “partidos políticos” que, entrando para a base de sustentação do Poder Executivo, mostram os dentes.
Infelizmente não temos um sistema de governo efetivamente presidencialista ou parlamentarista, é algo sem definição clara. Nas eleições votamos em pessoas que mostram a fragilidade de suas conquistas quando são obrigadas a se submeterem a caprichos e vaidades absurdas, além de outros interesses menos publicáveis. Nessa salada indigesta os brasileiros perdem e muito.
Sempre é bom ressaltar, gritar, repetir, divulgar etc.: a Constituição Federal de 1988 exagerou na delegação de poderes à União, o resultado é que já temos dezenas de ministros, secretários etc. e leis que são ótimas para alguns estados, péssimas para outros.
Precisamos de uma epidemia fortíssima de patriotismo e realismo. O pragmatismo nacionalista não é ruim, ao contrário, é sinal de respeito a leis escritas ou simplesmente consensuais. Nesse sentido o Brasil carece de uma reestruturação institucional, transferindo-se para os estados ou para regiões a serem formadas (com autonomia administrativa e parcialmente legal) os impostos, as atribuições, os direitos e deveres que a União gerencia sem condições de fazê-lo.
Obviamente ninguém gosta de perder poder, menos ainda as grandes corporações e empresas que sentiram as facilidades do Planalto, onde estão longe da indignação das grandes cidades sem os privilégios de um “Distrito Federal”.
Nossa Versalhes afasta-se do povo com programas e discursos pomposos para em seguida promover cortes orçamentários que serão devolvidos, provavelmente, após negociações políticas meticulosas. Isso é acintoso, principalmente quando percebemos que determinadas nomeações atendem interesses paroquiais.
Nosso povo precisa reagir com a audácia das grandes mudanças que necessitamos, se possível sem violência. Cansamos de ouvir políticos fazendo discursos, queremos resultados. Com certeza o Governo Federal obteve alguns, graças a reações fortes em momentos de nossa história. A luta pela Petrobras é um exemplo para o mundo, apesar da influência nem sempre de acordo com os interesses nacionais de seus acionistas privados (de qualquer nacionalidade). Aliás, grupos econômicos poderosíssimos não cansam de falar das maravilhas da privatização das estatais.
Ou seja, algumas empresas e atribuições federais não poderão ser diluídas, mas nossos estados e municípios carecem de maior autonomia e recursos. A distribuição de impostos é favorável a um Brasil em tempos de crise, que foi superada depois de diversos planos mal feitos. O Banco Central e o pessoal da área econômica fez das tripas o coração apara escapar de humilhações gregas.
E a política?
Essa é uma questão extremamente delicada que, denominando-se democrática, está nas mãos de grupos restritos de poder econômico e midiático, principalmente (sem falar em coisas piores). Os denominados políticos raramente falam em nome deles. Menos ainda de seus eleitores.
Procura-se imbecilizar o povo, o esforço é visível de diversas formas. Modelos antigos retornam com a força que a tecnologia permite.
Falam em fim do mundo, talvez ele esteja muito próximo pela regressão mental da humanidade. Ou, quem sabe, vale sentir a violência do poder de incompetentes e oportunistas para que se acorde da letargia em que mergulhamos e avancemos para a formação de bons governos e sistemas políticos funcionais.
Cascaes
3.3.2012