Esperamos que lideranças competentes formulem propostas para redução da indigência moral do Poder Político. Infelizmente vivemos ciclicamente sob escândalos que, graças à mídia instantânea, fazem parte do nosso dia a dia, assim como o futebol e a criminalidade, que aumentam assustadoramente.
Nossa democracia foi regulamentada recentemente. De 1988 até agora tivemos o que poderíamos dizer uma primeira rodada de leis e decretos, formulando o quadro institucional brasileiro. Tem falhas graves que precisam ser corrigidas.
Vamos às sugestões.
No âmbito político talvez fosse saudável a existência de prazo máximo para encerramento de processos de cassação de políticos. Nota-se que muitos processos demoram tanto que até esquecemos que um dia existiram, viabilizando a reeleição de candidatos que nitidamente ofenderam nossas leis e o povo.
O financiamento público de campanhas deve ser aprovado no menor prazo possível. É mais do que evidente o patrocínio bilionário de certos políticos, criando-se espaço pago de manipulação da opinião pública, sempre ingênua em relação à mídia. Isso não terá o poder de erradicar a corrupção e desmandos, mas, certamente, reduzirá substancialmente o Caixa 2. Os doadores desses fundos de aliciamento deveriam ser tratados como criminosos comuns, merecedores de enjaulamento, de ações enérgicas e rápidas. Talvez assim, candidamente, os candidatos venham a pedir o financiamento público de suas promoções, em vez de esnobá-las. O dinheiro da campanha deve ser integralmente estatal, impedindo-se, inclusive, a utilização de recursos próprios. Cada candidato recebendo do contribuinte o que for necessário e justo dentro de uma competição sadia, talvez relembrando uma sugestão que surgiu no último período militar: fotografia 4x4 e CV com propostas escritas de ação.
Se temos eleições com urna eletrônica, sem contraprovas que assegurem o seu conteúdo, se aceitamos essa condição, por quê não criar eleições anuais em torno de projetos locais, nacionais e federais? Estão criando sistemas de TV estatais, teremos banda larga. O rádio há muito tempo divulga a “hora do Brasil”. Vamos motivar o cidadão brasileiro a participar mais? Com o tempo talvez possamos substituir os deputados e vereadores pelo povo em participação direta. Para ajudar nossa gente existe um universo de corporações e ONGs, vamos envolvê-las em trabalhos sérios, com menos discurso e mais resultado? A internet está aí, é só saber usá-la.
É fundamental também por na cabeça do eleitor que mais importante do que inventar lei nova é corrigir as existentes (leis, decretos, normas, regulamentos, estrutura de fiscalização, penalidades, fóruns etc.). Já temos leis demais.
Educar é preciso.
A OAB poderia criar cursos de formação política que, gradativamente, seriam absorvidos pelas escolas em qualquer nível. Se os velhos não têm jeito, vamos preparar os jovens para corrigir os erros que fizemos.
Engenheiros, arquitetos, urbanistas, economistas, administradores, sociólogos, psicólogos, etc. deveriam pensar em completar os cursos de formação política com orientações gerais, mostrando a importância de entendermos a lógica e a responsabilidade dos mandantes.
Acima de tudo é importante lembrar que a Liberdade depende do seu uso. Os abusos dos políticos tendem a ter péssimas conseqüências.
Cascaes
11.5.2010
... Mesa Diretora parece não estar nem um pouco preocupada com os clamores do povo. Do povo, os deputados só querem os votos nas eleições de outubro próximo. Se isso não for verdade, que os deputados reajam destituindo a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa por esse ato indecoroso, cumprindo, assim, a vontade dos cidadãos.
Lafaiete Neves, doutor em Desenvolvimento Econômico, é professor do Programa de Mestrado em Organizações e Desenvolvimento da FAE Centro Universitário
Vejam o que escreveu:
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1001962
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