sábado, 27 de outubro de 2012

Questões ausentes nos debates



Na vi os debates entre os candidatos a prefeito de Curitiba, exceto o último, mas o sono me venceu, assim falo do que conheci, ainda que parcialmente.
Tratados de boas intenções são naturais, afinal ninguém quer perder a corrida para o posto mais alto de uma grande cidade. Qualquer deslize pode levar à derrota depois de meses de campanha sofrida e cara. O ruim é que uma campanha eleitoral para cargos majoritários exige muito dinheiro e compromissos. Raro é o eleito capaz de esquecê-los e, vencendo, dedicar-se ao povo para o qual deve lealdade pelo voto.
Um tema recorrente nesta campanha foi o transporte coletivo urbano. Estranhamente falaram em modais e outros nomes esotéricos (Cascaes, O transporte coletivo urbano – um desafio de todos os cidadãos). De metrô a bicicleta valeu tudo menos dizer como o curitibano pagará a conta. Por efeito dos contratos de concessão temos excelentes ônibus, até com combustíveis sofisticados, mas sem clareza à forma de subsídio, o que o candidato e Dr. Gustavo Fruet lembrou muito apropriadamente nesta sexta feira.
Perdemos oportunidades geniais de construir a frota pública e do gerenciamento operacional pela Urbs. O que aconteceu no malfadado edital de outorga de concessão para exploração dos transportes coletivos urbanos de Curitiba foi exatamente isso: exploração. Assim, não adianta reclamar de ônibus superlotados, raros e correndo pela cidade... devem dar lucro.
O mais estranho nisso tudo foi o silêncio de quem tinha autoridade, conhecimento e força política para contestar o que ocorria. Alguns, muito poucos, lutaram sem sucesso e racionalidade daquele edital publicado ao final do ano e aberto ao final das férias seguintes (Cascaes).
De qualquer jeito respeitaram os formalismos legais criados por leis incompletas e mal feitas.
Com certeza o modelo político brasileiro favorece o capital em detrimento do povo. Mudará quando, de que jeito?
Agora só nos resta a esperança da surpresa.
Vamos rezar, orar, fazer despachos, figa etc. para que o eleito se desligue de seus patrocinadores e seja acima de tudo honesto, sério, competente e dedicado à capital paranaense.
Os problemas são enormes e não será fácil solucioná-los, mais ainda com a interferência de uma entidade particular e estrangeira, uma tal de FIFA e seus prepostos.
O que precisamos, individualmente e coletivamente, é exercer com intensidade a vigilância e o ativismo social. Está na hora de assumirmos nossa cidadania.
Curitiba e seu povo precisam de todos nós, do Prefeito ao cidadão mais humilde aqui residente. Afinal somos uma democracia, não? Para isso esperamos ter transparência total e humildade para ouvir, ler e procurar entender argumentos contraditórios. Felizmente um dos candidatos é advogado com longa experiência política. Conhece as máquinas e pode, com discernimento, avaliar de forma adequada o que fizer. Mais ainda, seu pai, de saudosa memória, foi prefeito de Curitiba e um grande democrata, sabendo entender e governar com máxima tolerância.
Ótimo, dizem que os frutos nunca caem longe da árvore em foram gerados, assim podemos ter uma grande esperança com a vitória de Gustavo Fruet.
Cascaes
27.10.2012

Cascaes, J. C. (s.d.). O transporte coletivo urbano – um desafio de todos os cidadãos. Fonte: O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia: http://otransportecoletivourbano.blogspot.com.br/2012/06/o-transporte-coletivo-urbano-um-desafio.html
Cascaes, J. C. (s.d.). Resposta da Urbs. Fonte: O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia: http://otransportecoletivourbano.blogspot.com.br/2011/02/resposta-da-urbs.html