O dia 15 de Novembro é feriado, data comemorativa da
Proclamação da República no Brasil, um marco divisório de estratégias
políticas, mas também o início de uma série de hostilidades, revoluções,
golpes, quarteladas, movimentos sociais violentos que ainda não terminaram. O
Brasil imperial gerou um país hiperconcentrado nos poderes nas mãos reais e da
Corte instalada na Cidade do Rio de Janeiro.
Agora, tempos republicanos, é em Brasília de onde dependemos
para ações e projetos que até os bairros de nossas cidades deveriam poder criar
e manter. Assim a tradição burocrática e centralizadora gera um tremendo custo
monetário, cartorial e fiscal, valorizando lobbies, corporações, bancadas
organizadas e políticos “espertos”.
A despeito da tremenda evolução da Tecnologia que nos daria
condições de governo sem intermediários, eles aparecem até para doar cadeiras
de rodas e conseguir vagas em escolas especiais, intermediando o que deveria
ser subordinado a especialistas.
O cidadão descobre decisões que lhe afetam tremendamente,
resolvidas a milhares de quilômetros. Com certeza os patrocinadores de “seus
representantes” em Brasília o “defenderam”. O problema é que essa é uma
intermediação perigosa e capaz de ser desvirtuada de diversas maneiras, talvez
a mais simplória seja a que levou o time do mensalão a ser condenado pelo STF.
Na edição de hoje (14 de novembro de 2012) do Jornal Gazeta
do Povo uma “tirinha” diga muito do que nossas ONGs e lideranças brasileiras
querem, pois seus ancestrais pagaram caro querendo agir ao contrário.
A sequência de charges de Marchesini conclui dizendo
“Gostaria de ser um herói. Mas um herói cool...”.
Precisamos de heróis, de líderes que nos defendam. Com
certeza não poderão ser frios, anêmicos, nem optarem por questões perfumadas.
Temos problemas gravíssimos que só serão solucionados se nossos representantes
em qualquer nível de poder forem quentes, fortes, corajosos e competentes.
Talvez nunca (parodiando alguém) antes disseram tanto em tão
poucas palavras quanto o Marchesini, não é esse o desejo de um povo
domesticado? ONGs estrangeiras descobriram essa vocação e assim vemos pessoas
ilustres gastando seus intelectos e esqueletos em defesa de serviços, projetos
e comportamentos secundários.
Tudo isso mostra talvez a visão positivista de nossos
proclamadores da República que colocaram em nossa bandeira, após inúmeras
reuniões, com certeza, além de ofícios, discursos etc. as palavras “ordem e
progresso”.
Que maravilha para as elites que mandavam no Brasil, com uma
contradição, pois a visão do isso significava era tremendamente diversa de
norte a sul, leste a oeste do Brasil. Assim continuamos, nossos ancestrais, a
sofrer violências inauditas e mantivemos um país que poderia ser uma potência
num patamar vergonhoso de mediocridade.
Estamos custando a sair de zero para 10. Os projetos
anunciados são medíocres e refletem a atuação de corporações e bancadas
comprometidas. A “nossa” democracia é deles. A República uma piada.
Cascaes
14.11.2012
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