domingo, 18 de novembro de 2012

Engana que eu gosto


Engana que eu gosto
Na modelagem dos serviços essenciais a partir da Constituição de 1988 foram criadas agências reguladoras que deveriam zelar pelo cumprimento dos contratos de concessão. Uma sucessão de fatos demonstrou que isso não aconteceu, talvez por vontade dos próprios mandatários da nação, que contingenciavam sem dó nem piedade as verbas dessas entidades, extremamente importantes diante das leis criadas.
As dificuldades talvez tenham desviado a atenção de assuntos ridículos, como, por exemplo, permitir que postos de combustíveis anunciem preços com três dígitos após a vírgula quando suas bombas mal devem medir litros com precisão de um dígito. Talvez o pessoal que trata disso fosse obrigado a fazer cursos de propagação de erros, precisão, qualidade da medição, tecnologia de medição etc. como engenharia não está na moda, essa questões técnicas são desprezadas.
O ilusionismo financeiro chegou a ponto de termos uma lei que praticamente obriga o vendedor a não diferenciar a venda com cartão de crédito e à dinheiro (Melo), vide “5.Previsão de vedação da prática nos contratos entre comerciantes e administradoras de cartão de crédito: impossibilidade.”, página 8. Quem perde é o consumidor. Vale perguntar, quem está ganhando com essa idiotice?
O problema é infinitamente mais grave quando observamos normas técnicas, se pudermos comprá-las, e analisarmos o que é vendido. A qualidade é imprevisível e a mídia foca acima de tudo questões que fariam sentido se junto com tudo o que se espera na segurança das pessoas e no famoso CO2 os produtos realmente fizessem jus a méritos de modernidade e qualidade honestas.
Nas campanhas eleitorais o discurso é hilário, para não dizer tragicômico. Parlamentares declaram fazer coisas que não têm autoridade e candidatos ao poder executivo simplesmente desprezam orçamentos, nunca declarando quem pagará a conta. Pior ainda, com o objetivo de ganhar o apoio de segmentos organizados e midiáticos desprezam a análise de prioridades, o resultado é óbvio, ao final da gestão desses senhores e senhoras continuamos em níveis atrasados de civilidade.
Passamos por uma “bolha imobiliária”. Compre, é fácil pagar. E o IPTU? As taxas de manutenção? Os custos de cartório (afinal adoramos papel)? Os juros são realmente aceitáveis? A qualidade é garantida? A infraestrutura local suporta o monstro de concreto?
Para qualquer lado que olhemos sentimos uma falta absurda de sensibilidade do que deva ser feito. Em muitos ambientes até vemos pessoas falando algo, e ações? A sociedade de bajulação a um ser superior mostra seus piores efeitos levando nosso povo a um grau de fatalismo incrível.
Temos Conselhos, ONGs, associações etc. Servem para quê? Deveríamos organizar uma ONG de defesa do Brasil, algo inteligente, completo e não apenas de caráter policialesco. Projetos mal feitos, inoportunos e mal administrados podem terminar como a ferrovia que há décadas tentaram fazer entre Curitiba e o litoral. Erraram feio e assim o que hoje custaria muito dinheiro e resolveria um problema gravíssimo de transporte foi abandonado (faixas de servidão, pontes, usina de energia elétrica, posteamento e cabos para eletrificação etc.). Ouvimos dizer que erraram feio. Quando as frentes de trabalho se encontraram disseram que o erro de nível era de 7 metros, será verdade?
Um amigo afirma: “Cascaes - Na década de 70 a obra começou foi desenvolvida parcialmente nos 20 km iniciais a partir de Curitiba até a cabeceira da serra do mar com algumas obras de arte e terraplanagem. Na outra ponta um trecho entre Paranaguá e Morretes foi executada (me parece uns 10 km ) e incorporada a ferrovia sendo incorporada ao tráfego. A obra parou ainda nessa década por falta de recursos do Governo Federal. Aí tem pressão de lobby rodoviário até hoje. Abraços.”
O Governo Federal anuncia uma nova ferrovia, porque não faz logo a terceira pista do Aeroporto Afonso Pena? Isso daria um potencial fabuloso para Curitiba e região, evitando o passeio de cargas em direção a São Paulo. Mais ainda, reduziria o custo Brasil de produtos com mais valor agregado do que simplesmente soja e assemelhados. Note-se que o ante-projeto existe e uma área enorme de São José dos Pinhais fica travada com a protelação desse projeto. Sai ou não sai?
O assunto só se esgotaria em centenas de folhas, vamos parar por aqui para que reflitam um pouco sobre o tipo de administração exercitada no Brasil, onde a boa Engenharia e a Economia sadia, acima de tudo, são desprezadas a favor da demagogia e outras coisas.

Cascaes
12.11.2012

Melo, R. D. (s.d.). DIFERENCIAÇÃO DE PREÇOS NA VENDA À VISTA E NA PRATICADA POR MEIO DE CARTÃO . Acesso em 12 de 11 de 2012, disponível em Dolabella Advocacia e Consultoria: http://www.dolabella.com.br/downloads/Diferencia%C3%A7%C3%A3o%20Pre%C3%A7os%20Dinheiro%20e%20Cart%C3%A3o.pdf



Nenhum comentário: