Desde o início do ano de 2013 o noticiário mostra-se repleto
de notícias de acidentes impressionantes no Brasil, alguns até já viraram
rotina, como, por exemplo, as mortes por deslizamento de terra na região
serrana do Rio de Janeiro, outros, contudo, ilustrando de forma triste e
impressionante a degradação dos serviços de vigilância social e profissional.
No Brasil nós nos acostumamos a ver nossos eleitos nomeando
gente sem qualificação para cargos importantes, o resultado não podia ser
diferente.
Nosso desafio é mobilizar a sociedade para ajustamento de
conduta de prefeitos, governadores e até da Presidência da República. Muitos
poderão acreditar que isso é impossível, levantes populares, golpes e
revoluções foram na história da Humanidade o resultado, inúmeras vezes, do
desespero do povo.
Principalmente até o final das grandes monarquias existia o
consenso de que as cabeças coroadas podiam fazer o que bem entendessem, algo
que nações mais rebeldes finalmente recusaram, apesar de todas as defesas até
religiosas.
A Democracia é a chave para contornar violências explícitas,
pois as implícitas nos governos ruins não aparecem no rol dos crimes contra a Humanidade.
Em pleno século 21, o da informação universal, podemos e devemos saber usar
essas maravilhas tecnológicas para o aprimoramento da condição de vida do nosso
povo. É possível?
Sim, o fundamental é o medo, o receio de uma reação de
pessoas indignadas. O que acontece, contudo, principalmente no governo centrado
em Brasília, é que aquela cidade se transformou na Versalhes Brasileira,
distante dos problemas nacionais onde vemos a prevalência dos jogos políticos,
infinitamente mais atentos ao processo eleitoral imediato.
Com certeza a distância média do nosso povo em relação ao
Palácio Alvorada é muitíssimo maior do que entre os cidadãos europeus e os
centros de governo de seus países. Privilegiados pela diminuta dimensão de suas
terras podem e atuam com mais firmeza contra maus governantes.
Isso teria sido possível se o Brasil tivesse adotado uma
forma diferente de organização política e administrativa, sendo uma confederação
de estados independentes, melhor ainda de regiões, poderíamos ter maior
respeito pelas culturas locais e atenção pela administração sem a força da
indústria da seca ou de corrupção pura e simples quando pelo Brasil afora
descobrimos projetos inacreditavelmente inoportunos ou errados.
Com ou sem confederação, tendo ou não a tão sonhada reforma
política devemos pressionar para o aprimoramento do gerenciamento a partir de
nossos eleitos.
Portais e até as redes sociais permitem acompanhamentos
inimagináveis há poucos anos. O difícil é separar o joio do trigo, pois com a
mesma facilidade com que se denuncia pode-se caluniar.
O Brasil pode e deverá melhorar. Uma nova geração de
brasileiros sem aderência a utopias e farsas antigas está surgindo,
aparentemente indiferente à política.
Os mais velhos desperdiçaram oportunidades ou simplesmente
estavam no caminho das transformações que eram distantes. A ignorância era
natural num mundo com meios caros e raros de divulgação e baixíssimo nível de
escolaridade.
Felizmente isso está mudando, permitindo-nos sonhar com um
Brasil melhor.
Cascaes
3.4.2013
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