quarta-feira, 3 de abril de 2013

Os acidentes e a política



Desde o início do ano de 2013 o noticiário mostra-se repleto de notícias de acidentes impressionantes no Brasil, alguns até já viraram rotina, como, por exemplo, as mortes por deslizamento de terra na região serrana do Rio de Janeiro, outros, contudo, ilustrando de forma triste e impressionante a degradação dos serviços de vigilância social e profissional.
No Brasil nós nos acostumamos a ver nossos eleitos nomeando gente sem qualificação para cargos importantes, o resultado não podia ser diferente.
Nosso desafio é mobilizar a sociedade para ajustamento de conduta de prefeitos, governadores e até da Presidência da República. Muitos poderão acreditar que isso é impossível, levantes populares, golpes e revoluções foram na história da Humanidade o resultado, inúmeras vezes, do desespero do povo.
Principalmente até o final das grandes monarquias existia o consenso de que as cabeças coroadas podiam fazer o que bem entendessem, algo que nações mais rebeldes finalmente recusaram, apesar de todas as defesas até religiosas.
A Democracia é a chave para contornar violências explícitas, pois as implícitas nos governos ruins não aparecem no rol dos crimes contra a Humanidade. Em pleno século 21, o da informação universal, podemos e devemos saber usar essas maravilhas tecnológicas para o aprimoramento da condição de vida do nosso povo. É possível?
Sim, o fundamental é o medo, o receio de uma reação de pessoas indignadas. O que acontece, contudo, principalmente no governo centrado em Brasília, é que aquela cidade se transformou na Versalhes Brasileira, distante dos problemas nacionais onde vemos a prevalência dos jogos políticos, infinitamente mais atentos ao processo eleitoral imediato.
Com certeza a distância média do nosso povo em relação ao Palácio Alvorada é muitíssimo maior do que entre os cidadãos europeus e os centros de governo de seus países. Privilegiados pela diminuta dimensão de suas terras podem e atuam com mais firmeza contra maus governantes.
Isso teria sido possível se o Brasil tivesse adotado uma forma diferente de organização política e administrativa, sendo uma confederação de estados independentes, melhor ainda de regiões, poderíamos ter maior respeito pelas culturas locais e atenção pela administração sem a força da indústria da seca ou de corrupção pura e simples quando pelo Brasil afora descobrimos projetos inacreditavelmente inoportunos ou errados.
Com ou sem confederação, tendo ou não a tão sonhada reforma política devemos pressionar para o aprimoramento do gerenciamento a partir de nossos eleitos.
Portais e até as redes sociais permitem acompanhamentos inimagináveis há poucos anos. O difícil é separar o joio do trigo, pois com a mesma facilidade com que se denuncia pode-se caluniar.
O Brasil pode e deverá melhorar. Uma nova geração de brasileiros sem aderência a utopias e farsas antigas está surgindo, aparentemente indiferente à política.
Os mais velhos desperdiçaram oportunidades ou simplesmente estavam no caminho das transformações que eram distantes. A ignorância era natural num mundo com meios caros e raros de divulgação e baixíssimo nível de escolaridade.
Felizmente isso está mudando, permitindo-nos sonhar com um Brasil melhor.
Cascaes
3.4.2013

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