domingo, 28 de abril de 2013

O poder da opinião pública


O poder da Opinião pública
Alguns livros são imperdíveis para aqueles que são jornalistas, políticos, comunicadores, blogueiros e outros que atuam pelas redes sociais etc.
Para ilustrar com capa (e espada) são eles, que destacamos de uma belíssima série: (O Diabo na Água Benta), (O Cemitério de Praga), (La Commune de Paris racontée par les Parisiens ), (1808), (Sobre a Revolução), e muitos outros livros (e filmes) que mostramos de leitura recente em (Livros e Filmes Especiais). Alguns filmes merecem ser vistos com muita atenção, principalmente para quem não tem tempo para uma leitura demorada. Sugestões em (Livros e Filmes Especiais).
O livro de Robert Darnton, “O Diabo na Água Benta”, analisando a França entre os séculos 17 e 19, é imperdível e merece uma comparação com os efeitos das redes sociais no rompimento do bloqueio da censura oficial e econômica e na formação de opinião pública.
“O Cemitério de Praga”, de Umberto Eco, é um romance que só ele e Gore Vidal sabem fazer tão bem, misturando ficção com a história. Umberto Eco mostra o cenário europeu (com destaque a França e Itália) no século 19 e Gore Vidal conta a saga de presidentes dos EUA, o submundo da intriga e maquinações, com estilo romanceado, mas crível diante da liberdade que teve de escrever “coisas” tão pesadas sobre o processo político norte americano.
“La commune de Paris” relata um momento de incrível violência entre parisienses e as elites francesas em 1871, algo simplesmente inacreditável, infinitamente pior do que os piores dias da Revolução francesa.
Em “1808” descobrimos o clima de bajulação generalizado que existiu no Brasil de Dom João VI e “Sobre a Revolução” Hannah Arendt faz uma tremenda crítica às revoluções e ao sistema representativo adotado pelas democracias “modernas”.
E o Brasil?
Nunca antes no Brasil (lembrando o ex-presidente Lula) tivemos tanta necessidade de democratizar a informação e opiniões quanto agora. Sinais de restrições aparecem até da imprensa formal, sempre ciosa de seus “direitos”. A democracia representativa, como alertava Hannah Arendt e até, indiretamente, a imensa coleção de livros de Gore Vidal, é uma ilusão, se a entendermos como autêntica democracia.
Fantasticamente a iniciativa individual e de alguns grupos de jovens criaram essas fantásticas redes sociais assim como cientistas a serviço das forças armadas dos EUA inventaram a internet. Esperamos que nunca mais governo algum consiga restringir a comunicação livre, politicamente falando, possível após esses degraus geniais criados em países livres.
No Brasil as atuações do STF e do CNJ empolgam, só não mais porque seus membros não são candidatos a cargos eletivos, desprezando a demagogia pura e simples. Afinal a ignorância de nosso povo (em qualquer nível social e profissional) é um espanto.
Note-se que a palavra ignorância assim como a idiota merece ser lembrada pela origem. A primeira como a determinação pessoal de ignorar, não saber, a segunda como a alienação a assuntos de Estado. Essa praga afeta gente boa, mais ainda num período de facilidades consumistas, turísticas etc. onde todos podem encher álbuns com filmes e fotografias mostrando “olha o que tenho”, “veja eu aqui”, “note como sou bonito(a)” etc.
Talvez no Brasil a frustração da geração de jovens dos anos sessenta e a eliminação de muitas lideranças que fazem muita falta, principalmente porque foram substituídas por delatores e agentes duplos, ao que tudo indica, desmoralizando as melhores propostas daquela época, ainda que muitas terrivelmente ilusórias.
O Brasil parece mudar, contudo.
Quando lideranças políticas arriaram bandeiras, surge o Poder Judiciário num processo de autocrítica que nunca imaginamos que fosse capaz. Era um templo intocável de corporativismo, demonstrando que a falta de vigilância democrática é um câncer para qualquer instituição.
Estamos mais tranquilos em relação ao futuro de nossos descendentes. Falhamos em construir um mundo melhor até porque acreditamos em repartições públicas que simplesmente atuavam defendendo algo diferente do que os direitos do cidadão comum.  Aliás, é lamentável a falta de Joaquins Barbosas e Ângelas Calmons em outras áreas...
Parabéns ao nosso povo e que belo exemplo o CNJ e o STF estão proporcionando ao povo brasileiro.
Temos esperança de que tudo o que escrevemos, falamos, gritamos e lutamos promova uma revolução ética no Brasil, apesar do poder dos corruptores, censores, FIFA, PECs e tudo o mais.

Cascaes
27.4.2013

Arendt, H. (s.d.). Sobre a Revolução. (D. Bottmann, Trad.) São Paulo: Companhia das Letras.
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/
Darnton, R. (s.d.). O Diabo na Água Benta. Fonte: Livros e Filmes Especiais : http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2013/03/o-diabo-na-agua-benta.html
Eco, U. (2011). O Cemitério de Praga. São Paulo: Editora Record.
Gomes, L. (s.d.). 1808. Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2013/02/1808.html
Lecaillon, J.-F. (2009). La Commune de Paris racontée par les Parisiens . Paris: Bernard Giovanangeli Éditeur.




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