O poder da Opinião pública
Alguns livros são imperdíveis para aqueles que são
jornalistas, políticos, comunicadores, blogueiros e outros que atuam pelas
redes sociais etc.
Para ilustrar com capa (e espada) são eles, que destacamos
de uma belíssima série: (O Diabo na Água Benta) , (O Cemitério de Praga) , (La Commune de Paris racontée par les Parisiens ) , (1808) , (Sobre a
Revolução) ,
e muitos outros livros (e filmes) que mostramos de leitura recente em (Livros e Filmes Especiais) . Alguns filmes
merecem ser vistos com muita atenção, principalmente para quem não tem tempo
para uma leitura demorada. Sugestões em (Livros e Filmes Especiais) .
O livro de Robert Darnton, “O Diabo na Água Benta”, analisando
a França entre os séculos 17 e 19, é imperdível e merece uma comparação com os
efeitos das redes sociais no rompimento do bloqueio da censura oficial e
econômica e na formação de opinião pública.
“O Cemitério de Praga”, de Umberto Eco, é um romance que só
ele e Gore Vidal sabem fazer tão bem, misturando ficção com a história. Umberto
Eco mostra o cenário europeu (com destaque a França e Itália) no século 19 e
Gore Vidal conta a saga de presidentes dos EUA, o submundo da intriga e
maquinações, com estilo romanceado, mas crível diante da liberdade que teve de
escrever “coisas” tão pesadas sobre o processo político norte americano.
“La commune de Paris” relata um momento de incrível
violência entre parisienses e as elites francesas em 1871, algo simplesmente
inacreditável, infinitamente pior do que os piores dias da Revolução francesa.
Em “1808” descobrimos o clima de bajulação generalizado que
existiu no Brasil de Dom João VI e “Sobre a Revolução” Hannah Arendt faz uma
tremenda crítica às revoluções e ao sistema representativo adotado pelas
democracias “modernas”.
E o Brasil?
Nunca antes no Brasil (lembrando o ex-presidente Lula) tivemos
tanta necessidade de democratizar a informação e opiniões quanto agora. Sinais
de restrições aparecem até da imprensa formal, sempre ciosa de seus “direitos”.
A democracia representativa, como alertava Hannah Arendt e até, indiretamente,
a imensa coleção de livros de Gore Vidal, é uma ilusão, se a entendermos como
autêntica democracia.
Fantasticamente a iniciativa individual e de alguns grupos
de jovens criaram essas fantásticas redes sociais assim como cientistas a
serviço das forças armadas dos EUA inventaram a internet. Esperamos que nunca
mais governo algum consiga restringir a comunicação livre, politicamente
falando, possível após esses degraus geniais criados em países livres.
No Brasil as atuações do STF e do CNJ empolgam, só não mais
porque seus membros não são candidatos a cargos eletivos, desprezando a
demagogia pura e simples. Afinal a ignorância de nosso povo (em qualquer nível
social e profissional) é um espanto.
Note-se que a palavra ignorância assim como a idiota merece
ser lembrada pela origem. A primeira como a determinação pessoal de ignorar,
não saber, a segunda como a alienação a assuntos de Estado. Essa praga afeta
gente boa, mais ainda num período de facilidades consumistas, turísticas etc.
onde todos podem encher álbuns com filmes e fotografias mostrando “olha o que
tenho”, “veja eu aqui”, “note como sou bonito(a)” etc.
Talvez no Brasil a frustração da geração de jovens dos anos
sessenta e a eliminação de muitas lideranças que fazem muita falta,
principalmente porque foram substituídas por delatores e agentes duplos, ao que
tudo indica, desmoralizando as melhores propostas daquela época, ainda que
muitas terrivelmente ilusórias.
O Brasil parece mudar, contudo.
Quando lideranças políticas arriaram bandeiras, surge o
Poder Judiciário num processo de autocrítica que nunca imaginamos que fosse
capaz. Era um templo intocável de corporativismo, demonstrando que a falta de
vigilância democrática é um câncer para qualquer instituição.
Estamos mais tranquilos em relação ao futuro de nossos
descendentes. Falhamos em construir um mundo melhor até porque acreditamos em
repartições públicas que simplesmente atuavam defendendo algo diferente do que
os direitos do cidadão comum. Aliás, é
lamentável a falta de Joaquins Barbosas e Ângelas Calmons em outras áreas...
Parabéns ao nosso povo e que belo exemplo o CNJ e o STF
estão proporcionando ao povo brasileiro.
Temos esperança de que tudo o que escrevemos, falamos,
gritamos e lutamos promova uma revolução ética no Brasil, apesar do poder dos
corruptores, censores, FIFA, PECs e tudo o mais.
Cascaes
27.4.2013
Arendt, H. (s.d.). Sobre a Revolução. (D.
Bottmann, Trad.) São Paulo: Companhia das Letras.
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Livros e Filmes
Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/
Darnton, R. (s.d.). O Diabo na Água Benta. Fonte:
Livros e Filmes Especiais :
http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2013/03/o-diabo-na-agua-benta.html
Eco, U. (2011). O Cemitério de Praga. São
Paulo: Editora Record.
Gomes, L. (s.d.). 1808. Fonte: Livros e Filmes
Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2013/02/1808.html
Lecaillon, J.-F. (2009). La Commune de Paris
racontée par les Parisiens . Paris: Bernard Giovanangeli Éditeur.
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