sábado, 25 de fevereiro de 2012

Subversão explícita no Brasil



Durante a maior parte dos séculos 19 e 20 as nações ocidentais, principalmente, passaram por um processo de transformação que se refletia em ideologias e partidos políticos com propostas de novas soluções para a Humanidade assim como os conservadores fizeram de tudo para manter o que seus avós tinham e queriam, abominavam mudanças. Os movimentos e transformações foram uma consequência natural dos excessos das elites perdulárias e incompetentes e do exemplo de Martinho Lutero e a força dos livros a partir do trabalho de Gutemberg.

O exemplo é claro, em algum momento as lideranças aparecem e promovem mudanças, muitas com resultados nem sempre imaginados ao início do movimento.

Isso levou a Humanidade a inúmeras guerras, revoluções, golpes de estado etc. Processos de transferência de direitos e deveres não costumam ser tranquilos, pior ainda quando embaralham preconceitos, religiões, racismos, xenofobia, poderes etc.

Naturalmente o posicionamento era função do grau de instrução, informação e inteligência de seus atores, além de fatores comportamentais diversos.

Pode-se concluir que o ser humano pensa muito menos do que reage. Lideranças fortes fazem de seus rebanhos o que bem entendem (Reposonsibilidade e Julgamento). O livro citado é fantástico à semelhança de outros, que contêm lições de extremo valor. Lamentavelmente só quando aposentamos eventualmente “descobrimos” tempo para boas leituras. Não temos desculpas, contudo, é só querer. Infelizmente colocaram na cabeça dos idosos de que não devem fazer nada, os jovens vivem aturdidos com a disputa sexual e os adultos fazendo das tripas o coração para serem ricos. Isso é ruim para o exercício da democracia.

Algo de valor inestimável é a facilidade de comunicação atual, internacional, entre povos de qualquer parte do planeta. Essa profusão de informações talvez crie personalidades mais cautelosas e desenvolvidas. O desafio da humanidade é disseminar a arte de pensar e gerar dúvidas e inovações. O perigo é acontecer exatamente o contrário, o que pode acontecer quando a mídia se deixa cooptar irrestritamente a alguma orientação especial ou impublicável.

No Brasil notamos um recrudescimento da violência, que já existiu forte com as motivações clássicas.

A violência primária a partir de fanatismos esportivos é algo espantoso, não inédito, pois os ingleses (hooligans) deram exemplos absurdos e as lutas tribais ainda existem até na Europa (ou principalmente lá).

Devemos, contudo, focar em nossa terra, nosso país.

O corporativismo devidamente explorado pelos mais espertos está produzindo diferenças espantosas que descobrimos em reportagens e posicionamentos até do CNJ. Novelas mostram comportamentos e luxos estratosféricos para gente que sobrevive catando lixo e tenha como ligar um aparelho de televisão.

Filmes e livros da Idade Média e dos séculos seguintes (16 a 17) ilustram bem a miséria que produziu a onda apavorante para as elites nos séculos seguintes.

No Brasil escravagista por princípio desenvolveu-se um “know-how” extremamente eficaz, contendo reações que teriam saneado este país.

As tramas palacianas são complexas e os adventícios à Corte logo se apaixonam por seus “direitos”. Mal sabem eles que podem ser substituídos por sistemas modernos de participação popular (Democracia sem Intermediários).

Ou seja, temos uma elite subversiva, provocante e irresponsável. Nosso povo não reage? Sim, de forma aleatória e confusa. Não têm líderes. Os que existiam ou morreram ou foram cooptados pelo sistema.

O Brasil é imenso e pode, regionalmente, corrigir muitos erros. Precisa, entretanto, de maior autonomia regional, mais realismo administrativo. É vergonhoso, humilhante, caro e disfuncional depender de ministros, agências, burocratas e políticos federais.

O movimento “O Sul é nosso país” (com todos os defeitos que lhe Atribuíram) é uma prova inequívoca da avaliação dessa distribuição absurda de atribuições entre municípios, estados e a União. O modelito modermo de 1988 fracasssou. Alguns de seus líderes (constitucionalistas) disseram à época que assim o Brasil seria ingovernável... Não erraram. É uma tarefa titânica comandar de um lugar no planalto central quase duzentos milhões de brasileiros dispersos em oito e meio milhões de quilômetros quadrados. Pior ainda num sistema político que é uma “salada russa” entre o parlamentarismo e o presidencialismo.

Está na hora de repensar o Brasil ou, se o pior acontecer, desmanchá-lo entre guerras e revoluções. Os levantes urbanos demonstram a ineficácia de forças legalistas. O bom senso recomenda ajustes e o enxugamento dos poderes e deveres do Governo Federal e seus assessórios de forma pacífica (Apesar da época em que foi escrito, vale a pena ler (Nietzsche)).

Com certeza isso fere os interesses de grandes grupos de Poder monetário e político, afinal aprenderam a ganhar com essa loucura. Devemos lembrar isso, pois estaremos ferindo seus interesses.

Cansamos, por exemplo, de ver o Banco Central pagar juros de país quebrado, corrupção, favoritismos regionalistas (voltamos à política “café do leite”), Poder Judiciário em cheque, parlamentares inúteis etc...  Os impostos pagos nunca são suficientes. Esses são os subversivos do século 21 em seu início no Brasil, subversivos ou terroristas?

Para começar, vamos ler e discutir (Arendt, Sobre a Revolução)?

Cascaes

24.2.2-12

Arendt, H. (s.d.). Reposonsibilidade e Julgamento. (R. eichenberg, Trad.) Companhia das Letras.

Arendt, H. (s.d.). Sobre a Revolução. (D. Bottmann, Trad.) Companhia das Letras.

Cascaes, J. C. (s.d.). Democracia sem Intermediários. Fonte: A favor da democracia no Brasil: http://afavordademocracianbrasil.blogspot.com/2011/03/democracia-direta-sem-intermediarios.html

Nietzsche, F. (s.d.). Humano, Demasiado Humano (segunda ed.). (A. C. Braga, Trad.) escala.






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