Momento de conciliação e submissão ao Poder Judiciário
Vícios antigos agora, finalmente, podem ser investigados,
questionados, punidos e talvez banidos de nossa história. Nosso povo foi
educado para acreditar em milagres, penitências, coronéis da guarda, “autoridades”,
treinado para valorizar obediências, aceitar humilhações, beijar a mão dos
poderosos, acreditar em sua impotência diante do crime organizado de diversas
formas etc.
Maravilhosamente a humanidade aos poucos ganha consciência
de que as relações humanas locais e internacionais devem se submeter a códigos
éticos modernos. A corrupção e o terrorismo, as ditaduras e caudilhismos perdem
espaços e os ideais de justiça social ganham força, talvez até assustados com
hipóteses absurdas de império de racistas, xenófobos, fanáticos e imperialistas
em muitas regiões desse planeta cada vez menor.
O ser humano é complexo e sofre processos constantes de
mutação. Algumas características, contudo, parecem reforçar-se continuamente. A
vaidade, avareza, prazeres lúdicos e certezas absolutas aparecem
assustadoramente em gente poderosa e de forma ridícula na maioria das pessoas.
No Brasil estamos colhendo um período desastroso de governos
e politicagens em todos níveis.
O resultado da incompetência somada a outros vícios que os
aparatos investigativos e judiciais mostram diariamente é a reentrada de nossa
terra em mais um período de crises, desemprego, falta de recursos para serviços
essenciais, crescimento absurdo de endemias e surgimento de epidemias etc.
Anaaaa! Ganhamos mais aeroportos, pistas, arenas, bondes
(nas garagens), viadutos (perigosos, alguns) e presença em tribunais
internacionais em torno da famosa e degenerada FIFA. Em nossa história a
derrota humilhante perante a Alemanha e dívidas que espremem prefeituras e
estados.
Sinal maravilhoso dos tempos modernos é a Operação Lava Jato
e a eficácia da Polícia Federal, ministérios público, redes sociais e
jornalismo investigativo. Parece que tudo isso pegou políticos e empresários
incautos e crentes que o seu povo seria sempre composto pelos rebanhos de
ovelhas dispostos a serem tosquiados e carneados.
O conflito de torcidas organizadas é normal, mas perigoso,
como podemos ver após qualquer clássico de futebol.
E os militantes? Não se conformam com as manifestações de
treze de março de 2016 onde a variedade incrível de posicionamentos demonstrava
a unicidade em torno da vontade da moralização de nosso país e de novos heróis,
com destaque para o Juiz Sérgio Moro (o perigo é a inveja, o ciúme, a vaidade
de muitos outros também valorosos, mas esquecidos pela turba).
Não podemos perder o foco, é hora de iniciar um processo de
limpeza do Brasil. Isso não acontecerá milagrosamente, mas dependerá de posicionamentos
a favor da Justiça, a valorização da delação premiada (assustadora para muitos),
a utilização de recursos modernos de registro e da investigação e associação
com outros países com o propósito de moralizar seus negócios. O futuro da
Humanidade depende visceralmente do abandono de hábitos perversos de relações
comerciais e financeiras.
O mérito de partidos e lideranças que sempre defenderam a
Justiça Social é indiscutível. Sentimos, contudo, que existe uma diferença abissal
entre teses de palanque em academias e o exercício do Poder.
A liberdade e o império de leis liberais e jurisprudência eficaz,
contudo, precisam ser apontados como instrumentos, inclusive, de cobrança de
coerência de campanhas e discursos.
Devemos fugir do culto à personalidade e fanatismos que
viabilizam massacres onde imperam.
Queremos um Brasil melhor, simplesmente, um Brasil que
rejeite líderes que se perdem em suas egolatrias e pense nas crianças, nas
pessoas idosas, com deficiência(s), contribuintes, trabalhadores e
empreendedores...
Nossa esperança e crenças só aumentam com tribunais,
magistrados e policiais que estão conquistando nosso respeito, admiração e
reafirmando a certeza na importância da democracia sem ditadores.
Cascaes
19.3.2016
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