quinta-feira, 11 de julho de 2013

Tarifas e sistemas “modernos”, o povo acorda após décadas de engodo.


A partir da privatização dos serviços essenciais, prometida aos brasileiros como uma autêntica panaceia, caímos em jogos de poder e de prestígios típicos do Brasil, infelizmente.
É multissecular a lógica da mistificação. No início escravos, coletores de impostos, índios e ingleses eram os alvos a serem explorados, agora é nosso povo o objeto fácil, ingênuo e “generoso”, formando a tremenda mina de ouro dos banqueiros e empresários corruptores, aproveitando-se da covardia, omissão e até e de fidelidades mafiosas (O Brasil é do povo e para ele deve ser governado. , 2013). A leniência dos profissionais de nossas instituições completa o quadro que produziu um Brasil desumano, pois a incompetência e, ou, a corrupção custa(m) muito caro.
O levante dos jovens brasileiros mais conscientes dessa realidade exigindo tarifa zero no transporte coletivo para poderem estudar foi o catalizador que faltava para uma nova geração de brasileiros.
Os mais velhos abrem os olhos e descobrem que a maior parte (provavelmente) de seus salários e rendimentos de trabalhos árduos é perdida em articulações que geraram tarifas bonitinhas, mas ordinárias. Para completar a comédia do absurdo essas tarifas e preços encheram-se de encargos e impostos sem relação razoável com a utilização estratégica de serviços e produtos essenciais. Pior ainda, na viabilização de indústrias e equipamentos inadequados ou que deveriam existir com cautela foram criados incentivos absurdos, muitos dentro de radicalismo conceituais oportunistas e ao gosto de grandes grupos econômicos e batalhões de profissionais sem atenção a questões morais de suas atividades. No mundo neoliberal o Deus dinheiro manda mais do que crenças tradicionais que essas mesmas pessoas dizem defender em ambientes fechados ou midiáticos.
O ser humano mostra suas piores qualidades adotando posturas radicais e fanáticas, “coisa de” pessoas ainda imaturas e inexperientes.
No Brasil tivemos uma escalada humilhante que parecia não incomodar ninguém.
Os serviços essenciais se degradavam a olhos vistos e não reagíamos (Cascaes, Serviços Essenciais). A inoperância ou impotência de PROCONs, Ministérios Públicos, agências reguladoras, ouvidorias, conselhos de consumidores etc. era (e parece que continua sendo) um espanto. Políticos? Ficamos imaginando se nossos representantes são cúmplices, idiotas, ignorantes ou simplesmente inúteis. Leis existem, o Brasil é o país das leis e decretos, medidas provisórias, regulamentos, estatutos etc. Para quê? Para confundir? Sustentar centenas de milhares de causídicos? Conselhos profissionais e outras repartições públicas?
A discussão em torno das tarifas de ônibus é emblemática. Apesar de reportagens (em Curitiba principalmente do Jornal Gazeta do Povo), interpelações, manifestações (principalmente do (fureotubo)) e mais outras forma de protestos elas caminharam intocáveis, lastreadas em formalismos criados para “brasileiro ver”.
Temos até um sistema de bilhetagem eletrônica e automática tão apaixonante que foi colocado como exigência no edital de licitação de outorga de concessões. Esse sistema, uma caixa preta para os usuários, onde nem o som das fichas caindo no cofrinho demonstra que o pagamento aconteceu, é “maravilhoso, perfeito”, para quem?; Catracas, computadores, softwares e recursos operacionais adicionais precisam acima de tudo ser aferidos, avaliados, ajustados para maior precisão, verificação de confiabilidade, taxas de falhas etc. regularmente, foram? Quem o fez? As fichas magnéticas dão informações que deveriam ser auditadas regularmente por empresas especializadas, tudo formando um sistema que pode errar a favor ou contra os empresários, para que lado estaria talvez errando?
Informações da operação e bilhetagem automática geram planilhas que, bondosamente, obrigam os empresários a trabalharem com prejuízo (é o que dizem), pode?
Assim no transporte coletivo, coleta de lixo, saneamento básico, telefonia, energia[1] e tudo o mais vamos pagando taxas, mensalidades, passagens, contas e encargos, impostos para serviços de modo geral ruins e até inexistentes (por exemplo, qualidade do tratamento de esgotos?).
Felizmente temos passeatas e a que aconteceu em Curitiba no dia 29 de junho deste ano da graça de 2013 deu a oportunidade de manifestações de alguns especialistas (Cascaes, A favor da democracia no Brasil). Mais uma vez, por mais que sejamos atentos ao problema das tarifas, descobrimos detalhes perturbadores como ditos em (Cascaes, Quem paga a conta do transporte coletivo urbano de Curitiba , 2013).
Ficamos imaginando o que deve estar acontecendo no resto do Brasil. Talvez por isso algumas raposas antigas proponham até um novo AI5 ao governo Dilma. Com certeza estão assustadas com o que poderemos descobrir nessa abertura de baús antigos...

Cascaes
30.6.2013
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A favor da democracia no Brasil: http://afavordademocracianbrasil.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (28 de 6 de 2013). O Brasil é do povo e para ele deve ser governado. . Fonte: Quixotando: http://www.joaocarloscascaes.com/2013/06/o-brasil-e-do-povo-e-para-ele-deve-ser.html
Cascaes, J. C. (29 de 6 de 2013). Quem paga a conta do transporte coletivo urbano de Curitiba . Fonte: O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia : http://otransportecoletivourbano.blogspot.com.br/2013/06/quem-paga-conta-do-transporte-coletivo.html
Livre, M. P. (s.d.). fureotubo. Fonte: fureotubo: http://fureotubo.wordpress.com/









[1] As tabelas de preços de gasolina, óleo diesel e etanos aparecem com três dígitos após a vírgula. Algo absolutamente sem correspondência com a precisão das bombas. Números para enganar o povo.

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