segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Triângulo de Poder e as campanhas eleitorais



A maioria dos candidatos a cargos majoritários de representação e administração democrática criam suas estratégias mais próximas com o tesoureiro e o chefe da campanha. Naturalmente esse triângulo gera relações que depois se refletirão na forma de agir dos eleitos.
Num país em que a vida do político depende de dinheiro privado, agradar quem tem fortunas ou sabe montar esquemas é vital.
Nosso sistema Frankenstein é uma mistura que esconde o custo público, tem pouca transparência e facilmente ultrapassa os limites declarados, principalmente nas campanhas eleitorais mais cobiçadas.
As regras de mídia dos partidos centram em emissoras que depois descontam do Imposto de Renda (Decreto garante dedução do imposto de renda para emissoras obrigadas a exibir propaganda, 2012) o valor do tempo gasto. A duração do uso das telinhas é definida não raramente por candidatos eleitos por votos de legenda dados a um mais charmoso. Transformou-se em moeda de troca dos partidos. Vemos as alianças mais esdrúxulas possíveis para a conquista de alguns segundos de tempo de TV. A qualidade da propaganda depende de pesquisas e marqueteiros etc., o resultado será função de dinheiro, muito dinheiro.
Esse afunilamento obriga o cidadão brasileiro, que pretenda ocupar um cargo eletivo no Poder Legislativo ou Executivo, a se submeter a regras não escritas de bajulação a seres superiores, a quem entrega sua alma.
Estamos vendo alguns casos complexos que se extraviaram criminosamente das leis brasileiras, como é o Mensalão e o que existiu em torno de Carlos Cachoeira.
Os escândalos em todos os níveis da administração, dos municípios à União, estão levando muitos brasileiros a um processo de rejeição da Política, o que é péssimo, pois justamente as pessoas mais preparadas tecnicamente e eticamente são aquelas que fazem falta nos Palácios em qualquer democracia.
Felizmente a Ciência e a Indústria podem viabilizar alternativas. Mais cedo ou tarde a democracia representativa poderá ser direta e os governos fiscalizados de inúmeras maneiras. A internet, os computadores, as telecomunicações, a ciência em torno do processamento de dados, aumentando a confiabilidade e aprimorando facilidades darão oportunidade a qualquer cidadão de votar regularmente em leis que produzirá sem intermediários, exceto o de filtragens constitucionais e de avaliações sucessivas.
Com tantas emissoras “educativas” e dedicadas aos poderes legislativos (que o contribuinte paga) existe a possibilidade de dedicação de parte do tempo delas, diariamente, independentemente de eleições, aos candidatos e partidos políticos fazerem seu proselitismo. Teriam audiência? Isso é problema da qualidade dos debates e personagens que usarem nesse tempo.
Mais ainda, temos leis em excesso. Para quê?
Qualquer lei automaticamente gera a necessidade de fiscalização, punições, burocracia etc. O Brasil transformou-se num paquiderme tecnocrático e burocratizado. Compensou proibir tanto e criar tantas regras? A racionalização de nossas leis, decretos, normas, regulamentos etc. é uma imposição para se reduzir o custo Brasil para empresas e todos os nossos compatriotas.
Logo após a promulgação da Constituição Federal houve a necessidade, durante alguns anos, de discussão e criação de leis regulamentando nossa Carta Maior, mal feita e exageradamente grande e centralizadora na União (um absurdo). Agora o que falta é a racionalização do que foi estabelecido e isso nunca acontecerá a partir de representantes, é trabalho para um processo de Democracia Direta.
E o triângulo amoroso do Poder?
Esse deixará de ser tão significativo se, mantendo-se a democracia representativa (conservando-se a intermediação de parlamentares) tivermos o financiamento público de campanhas, campanhas que poderiam ser permanentes via rádios e emissoras de TV dedicadas à Política, liberando as emissoras convencionais para alugarem seus tempos de horário nobre a patrocinadores comerciais e industriais que pretendam propagandear seus produtos e serviços.
O suplício do candidato cavoucando dinheiro que gastará no pagamento de marqueteiros, cabos eleitorais, filmagens etc. será reduzido se todos se submeterem a plenários cibernéticos dedicados à discussão política. A Democracia Direta é nossa esperança, é quase uma utopia, contudo, pois do jeito que está “tá morto de bom” para os grandes grupos de poder.
Vamos para mais uma eleição, nada mais importante, pois, dado o cenário atual, do que conhecer e avaliar os parceiros estratégicos dos candidatos...

Cascaes
16.9.2012
Brasil, A. (20 de 8 de 2012). Decreto garante dedução do imposto de renda para emissoras obrigadas a exibir propaganda. Fonte: em.com.br ESTADO DE MINAS: http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/eleicoes/eleicoes-bhregiao/2012/08/20/noticias_internas_eleicoes,312775/decreto-garante-deducao-do-imposto-de-renda-para-emissoras-obrigadas-a-exibir-propaganda.shtml


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