quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Uma Semana da Pátria para sempre



Finalmente podemos comemorar uma Semana da Pátria relevante, positiva e com destaques que merecem respeito.
Nesses dois últimos anos constatamos que, a despeito de todos os preconceitos, elegemos uma Presidente da República que sabe governar.
O povo brasileiro pressiona para que sua lei, formada dentro de um processo de Democracia Direta, votando via internet, a Lei da Ficha Limpa, vigore em sua plenitude e o Poder Judiciário vai tomando consciência de suas falhas, corrigindo-as gradativamente graças ao CNJ e agora, de forma esplendorosa, julgando os acusados pelos inquéritos do Mensalão.
O Brasil finalmente vive um período de redução de juros e impostos, apesar de recaídas inacreditáveis, como a aplicação de algumas leis estranhas, mal feitas, provocadoras e inibidoras do que nosso país mais necessita: gente empreendedora e capaz de gerar postos de trabalho produtivos.
Entre tudo o que acontece o mais importante em termos de organização de qualquer estado é a qualidade do Poder Judiciário. Vivíamos uma expectativa negativa que agora parece mudar. Precisamos de julgamentos eficazes e nossas leis, pela fragilidade delas, carecem do amparo da inteligência, competência e honestidade de nossos juízes. De forma surpreendente vimos a Dra. Eliana Calmon enfrentando palacianos poderosos e agora os primeiros grandes resultados criados pelas análises e pressões populares com o julgamento do Mensalão. Parabéns ao STF.
É importante registrar que esquemas tipo mensalão parecem existir por todo lado e em todos os níveis. Talvez agora todos tomem mais cuidados, pois o STF está enquadrando corruptores e corruptos ou simplesmente políticos que aprenderam com seus mestres a arte de cooptar e cobrar favores. Quem sabe, descrentes da natureza humana, simplesmente abandonaram ideais que em algum tempo de suas vidas foram significativos e capazes de levá-los a atos extremos.
Pátria, uma figura bem explicada nos livros de Eric Hobsbawm e resumida em (Chauí, 2000), é um mito necessário à organização do Estado num cenário de competições ferozes. A sobrevivência de qualquer comunidade depende de união e propósitos comuns, mais ainda quando nela encontramos centenas de nações unidas e formando um país de dimensões geográficas continentais.
O ser humano é bem definido por inúmeros pensadores, sociólogos, psicólogos e estudiosos em geral. Não mudará substancialmente com religiões e ideologias, precisando permanentemente de educação e mitos para conviver com seus semelhantes de maneira harmoniosa. Assim leis inteligentes e um Poder Judiciário com credibilidade são essenciais à manutenção do Brasil com seus desafios colossais, entre eles o resgate de uma enorme população marginalizada.
A Semana da Pátria ganha sentido quando temos orgulho de onde nascemos. Para isso nossos grandes líderes devem ser e ter boa imagem, estarem acima de qualquer suspeita. A sensação que tínhamos era a de que os deuses do Olimpo poderiam fazer o que bem entendessem... Agora eles próprios devem imaginar que o foro privilegiado é um beco sem saída, recorrer a quem?
É triste ver pessoas que poderiam estar noutra situação serem condenadas e humilhadas. Infelizmente precisamos de ações dessa espécie para inibir crimes e delitos semelhantes.
A Semana da Pátria agora pode ser festejada, ganhou significado.

Cascaes
5.9.2012

Chauí, M. (2000). Brasil, Mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.

Nenhum comentário: