Açodamento perigosíssimo – reformas políticas
Estamos sob um quadro institucional criado num governo que
usou e abusou de decisões mal pensadas. A Constituição de 1988 foi produzida
por um Congresso transformado em Assembleia Constituinte, surpreendendo nosso
povo mais atento ao que isso representava.
A melhor avaliação de qualquer decisão é analisar os seus
resultados, ainda que tardiamente, pois, como dizem nessas ocasiões: “Inês é
morta”.
Sentimos os efeitos da “Constituição Cidadã” e
principalmente agora que a marola cresceu virando um tsunami somado a um
furacão, que talvez mereça o nome Dilma, dizem que o Brasil deverá enfrentar
longo período de ajustes econômicos e sofrimentos decorrentes da retomada do
desenvolvimento. Além desses serão necessários muitos anos para recuperar
reservatórios de água e um tempo talvez até longo demais para a valorização de
boas técnicas e estruturas em tudo o que temos. Raro é o setor livre de
suspeitas ou simplesmente caótico.
Nossa impressão é a de que exceto militantes fanáticos ou
pessoas extremamente alienadas (até por falta de instrução) dificilmente
encontraremos alguém que realmente acredite no comando político e
administrativo do Brasil e em muitos estados e municípios o descrédito é grande
(ou pior) em relação a seus governantes.
Não seria o caso de aproveitar tanta “desgraceira” para a
eleição de uma Assembleia Constituinte?
Se, infelizmente sempre no reino das hipóteses, elegermos
pessoas lúcidas e competentes teremos a oportunidade (mais uma vez) de refazer com
sucesso nosso modelo institucional.
Assustador mesmo é ver e ouvir diariamente os
pronunciamentos de lideranças políticas que deveriam ser mais responsáveis e
sensatas. Delas parece emergir uma coleção de improvisações perigosíssimas; que
Brasil teremos após essa tempestade legiferante tenebrosa?
Seria o momento de reflexões sérias em torno dos inquéritos
em andamento e ações corretivas. Como conduzirão esse processo indivíduos (é
bom ressaltar esse aspecto: indivíduos, seres humanos com vontade e
necessidades próprias) suspeitos e já apontados pela Operação Lava Jato, para
só falar de uma das muitas em andamento?
Com certeza a vontade popular é soberana, não podemos
esquecer, contudo, nosso atraso político e cultural.
Filósofos, historiadores, sociólogos, psicólogos,
psiquiatras, luminares do Direito etc. sabem os riscos que corremos nessas
circunstâncias, qual será o pior? Não fazer nada e acreditar em políticos que
construíram uma imagem precária em torno de nossa democracia mambembe?
O Brasil não é exceção, assim podemos até comparar nossa
situação com a de outros países que estão em processo até revolucionário
(alguns sendo demolidos). O que não podemos esquecer é que guerras e revoluções
são o ápice de desgovernos arrogantes e distantes do povo.
Onde estamos nesse processo de agressão ao povo brasileiro?
Cascaes
30.3.2015
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