Estamos em crise moral, institucional, financeira, o que foi
feito? O que o precisa acontecer?
Estamos em mais uma crise com altíssimo potencial de
violências e mudanças aleatórias de sentido. O que isso significa para um casal
de pessoas idosas?
Os brasileiros nascidos em torno da década de quarenta do
século passado, se ainda vivos e razoavelmente lúcidos, se essas pessoas agora
têm muitos descendentes, amigos e amigas, pessoas que admiram ou simplesmente
estimam, devem estar angustiados observando que nosso país parece teimar em
perder tudo (ciclicamente [1] ) após períodos de
governos desastrados.
E agora é fácil pôr a culpa nos outros, onde estávamos
quando tudo começou?
Corrupção, demagogia, ingenuidade diante de pressões
corporativas (sindicatos, entidades empresariais, oportunismos políticos etc.)
foram a rotina nesses anos pós 1983.
Com certeza a degradação ética em algumas estatais (e
empresas privadas, concessionárias por exemplo) é coisa antiga aqui e no mundo.
Em diversos casos ela atingiu proporções ciclópicas, como vimos no paraíso
norte americano no caso ENRON [1]
e noutros de seus estados que privatizaram grandes concessionárias de energia
elétrica de forma ingênua e mítica. Lá também os bancos aprontaram e o mundo do
cinema fatura bons filmes mostrando o que fizeram [2] . O pesadelo continua
levando à criação de leis e organizações internacionais contra a corrupção,
fraudes, crime organizado, tráfico de drogas etc. e sustentação de terroristas,
na esperança de acabar com paraísos fiscais e instituições financeiras que
viabilizam pesadelos sociais.
E nós, o que fizemos?
Ao longo de uma vida longa ganhamos e perdemos ilusões.
Abraçamos causas e lutamos, nem todos... Quem sonhou sentiu o peso de muitos
pesadelos. Tivemos e exercemos profissões, alguma coisa aprendemos. Quantos
viram e procuraram agir para evitar o caos em que mergulhamos? a miséria que
explode aos nossos olhos em qualquer rua onde teremos mais gente se a “política
econômica” ditada pelos cobradores entronizados for aplicada para valer? uma recessão
histórica?
E agora João? Maria? José?
Com certeza precisamos reagir, corrigir. Tudo é positivo
quando aprendemos a não repetir erros e a aprimorar trajetos, projetos e
comportamentos. Com certeza avançaremos muito se a Operação Lava Jato (por
exemplo) continuar e tiver o resultado que esperamos: uma limpeza ética e um alerta
de que no Brasil podemos agir com seriedade e de acordo com leis e Justiça. Em
tempo, nossas leis são boas? Foram construídas (leis, decretos, jurisprudência)
para quê?
Há muito a ser feito, a nossa pátria verde amarela pode e
deve se viabilizar tecnicamente, economicamente, estruturalmente. O combate à
tremenda corrupção é, contudo, prioritário, pois, caso contrário, teremos mais
e mais crises até a implosão total, algo muito desejado pelos ditadores
vizinhos.
Fica a pergunta, entretanto, reagir de que forma? Onde estão
os bons líderes? As propostas (leitura obrigatória: “GERENCIAMENTO DE CRISE: O CASO COSTA CONCORDIA” [3] )? Vamos para outra
revolução [4] ? Inacreditavelmente,
apesar da tragédia perceptível em relatórios de órgãos de vigilância e dispondo
de redes sociais, liberdade de expressão etc. o silêncio tumular das
corporações foi a rotina desses anos em que discutimos tudo, muito pouco,
contudo, o governo que insistia em demonstrar sua leviandade; será que isso
significaria perder privilégios pessoais? Deixamos o navio ir contra as pedras
enquanto o comandante participava de festas e os tripulantes viam perplexos o
gigante em rota de colisão? Era justo navegar tão perto das rochas para atender
interesses dos acionistas da empresa e fazer publicidade?
O que aprendemos? Vamos dizer o quê para aqueles que
acreditavam em nós?
Cascaes
14.3.2015
[1]
|
“Enron,” [Online].
Available: http://en.wikipedia.org/wiki/Enron. [Acesso em 14 3 2015].
|
[2]
|
J. C. Cascaes.
[Online]. Available: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/.
|
[3]
|
G. T. d. Lima, “GERENCIAMENTO
DE CRISE: O CASO COSTA CONCORDIA,” [Online]. Available:
http://www.comunicacaoecrise.com/new/images/Gerenciamento_de_Crise_-_O_Caso_Costa_Concordia.pdf.
|
[4]
|
J. C. Cascaes.
[Online]. Available: http://querendo-entender-filosofia.blogspot.com.br/.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário