Os gringos podem reclamar do Brasil? Onde erramos?
Em 1950, ao final de uma guerra promovida pelos europeus e
japoneses, o Brasil fez a caridade de patrocinar a realização da Copa do Mundo.
Foi motivo de debates políticos ferozes no Rio de Janeiro; naquela época já
havia resistência a luxos inoportunos. O Brasil perdeu e ficamos com as contas,
projetos importantes protelados e a tristeza terrível que só se atenuou em
1958, tempos em que a FIFA não mandava tanto.
O Maracanã foi nosso grande luxo e as viagens
internacionais, extremamente caras, deixaram para os brasileiros a responsabilidade
de lotar estádios, com poucos lugares para a “nobreza” e muito espaço para
nossos torcedores.
O futebol era paixão de nosso povo que o praticava nas
várzeas, campos improvisados e praias, além de campos de futebol de clubes e
escolas.
Que brasileiro não praticou esporte? Futebol?
Agora ganhamos a Copa[ (Figueiredo, 2013) , (Romário) ], ou melhor,
compramos o direito de sediar a Copa, a favor de quem?
A FIFA decide a favor de seus patrocinadores e somos
obrigados a aceitar tudo (divisas?). Até um padrão de Justiça diferente (tribunais
de exceção? (Martins, 2013) ) existirá servido
por um esquema policial nunca visto no Brasil. Quem vai realmente ganhar com
isso?
Temos o PAC da Copa, poderia ser o PAC do Brasil, preferiram
ser da Copa.
Revoltas justas e merecidas estão acontecendo, imprudentes
com certeza, pois acontecem de forma inadequada, destruindo vidas e imagens que
deveriam ser preservadas, afinal o Brasil é apenas mais na lista dos desmandos
de governantes e grupos econômicos que faturam pesado com o desporto.
A conta vem depois.
O que incomoda é que o Brasil poderia ter feito tudo com
maior seriedade. Fosse qual fosse a motivação, tivemos tempo para planejar,
viabilizar, projetar e fazer com honestidade e seriedade, qualidade
confiabilidade.
Excessos? Também houve tempo para forçar ajustes no acordo
com a FIFA, afinal o mundo mergulhou em uma crise com marolas e tsunamis até
hoje.
O que faltou? Onde erramos?
Em Curitiba chegaram ao absurdo de comprometer o
planejamento da cidade estimulando adensamentos absurdos. Solo mal criado (PARCERIA PARA
A COPA: A POPULAÇÃO PAGA E O CLUBE LEVA, 2013) ? Sim.
O mais intrigante foi a reação pálida de profissionais em
muitas especialidades, gente que fala difícil. Será porquê teriam bons
contratos e empregos em perspectiva?
Mais ainda, no jogo sem limites do maquiavelismo político a
conta vai para o contribuinte, para todos nós. Merecemos isso?
Em tempo, o vandalismo é rotina por aí, onde jovens
frustrados pelos seus governos ou simplesmente revoltados com as injustiças
sociais partem para a mais elementar reação política, a manifestação na forma
de “vandalismo” contra a não aceitação de decisões dos chefes de plantão e do
resultado de práticas sociais que não lhes agradam. Loucos e desajustados também
existem, os psicólogos e psiquiatras sabem que não são poucos.
Com certeza nunca nenhum governo satisfará a todos, o que
preocupa é perceber que no Brasil parece que ultrapassamos fronteiras
razoáveis. O que isso significa? Não vale usar as declarações formais e
eventuais daqueles que lucram com a Copa do Mundo...
Cascaes
10.2.2014
Ciro Barros, G. A. (20 de 09 de 2013). PARCERIA
PARA A COPA: A POPULAÇÃO PAGA E O CLUBE LEVA. Fonte: Publica:
http://www.apublica.org/2013/09/copa-do-mundo-curitiba-arena-da-baixada-engenharia-financeira/
Figueiredo, P. (28 de 10 de 2013). O presidente
Joao Figueiredo e a Copa do Mundo . Fonte: Diplomatizzando:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2013/10/o-presidente-joao-figueiredo-e-copa-do.html
Martins, A. (5 de 12 de 2013). Copa-2014: Brasil
terá tribunais de exceção? Fonte: Carta Capital:
http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/copa-2014-brasil-tera-tribunais-de-excecao-7783.html
Romário. (s.d.). Romário - Copa do Mundo, de 2014,
e os Jogos Olímpicos, de 2016. Fonte: Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=1x0wr3ApsuI
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