segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A Copa do Mundo - hora da verdade

Os gringos podem reclamar do Brasil? Onde erramos?
Em 1950, ao final de uma guerra promovida pelos europeus e japoneses, o Brasil fez a caridade de patrocinar a realização da Copa do Mundo. Foi motivo de debates políticos ferozes no Rio de Janeiro; naquela época já havia resistência a luxos inoportunos. O Brasil perdeu e ficamos com as contas, projetos importantes protelados e a tristeza terrível que só se atenuou em 1958, tempos em que a FIFA não mandava tanto.
O Maracanã foi nosso grande luxo e as viagens internacionais, extremamente caras, deixaram para os brasileiros a responsabilidade de lotar estádios, com poucos lugares para a “nobreza” e muito espaço para nossos torcedores.
O futebol era paixão de nosso povo que o praticava nas várzeas, campos improvisados e praias, além de campos de futebol de clubes e escolas.
Que brasileiro não praticou esporte? Futebol?
Agora ganhamos a Copa[ (Figueiredo, 2013), (Romário)], ou melhor, compramos o direito de sediar a Copa, a favor de quem?
A FIFA decide a favor de seus patrocinadores e somos obrigados a aceitar tudo (divisas?). Até um padrão de Justiça diferente (tribunais de exceção? (Martins, 2013)) existirá servido por um esquema policial nunca visto no Brasil. Quem vai realmente ganhar com isso?
Temos o PAC da Copa, poderia ser o PAC do Brasil, preferiram ser da Copa.
Revoltas justas e merecidas estão acontecendo, imprudentes com certeza, pois acontecem de forma inadequada, destruindo vidas e imagens que deveriam ser preservadas, afinal o Brasil é apenas mais na lista dos desmandos de governantes e grupos econômicos que faturam pesado com o desporto.
A conta vem depois.
O que incomoda é que o Brasil poderia ter feito tudo com maior seriedade. Fosse qual fosse a motivação, tivemos tempo para planejar, viabilizar, projetar e fazer com honestidade e seriedade, qualidade confiabilidade.
Excessos? Também houve tempo para forçar ajustes no acordo com a FIFA, afinal o mundo mergulhou em uma crise com marolas e tsunamis até hoje.
O que faltou? Onde erramos?
Em Curitiba chegaram ao absurdo de comprometer o planejamento da cidade estimulando adensamentos absurdos. Solo mal criado (PARCERIA PARA A COPA: A POPULAÇÃO PAGA E O CLUBE LEVA, 2013)? Sim.
O mais intrigante foi a reação pálida de profissionais em muitas especialidades, gente que fala difícil. Será porquê teriam bons contratos e empregos em perspectiva?
Mais ainda, no jogo sem limites do maquiavelismo político a conta vai para o contribuinte, para todos nós. Merecemos isso?
Em tempo, o vandalismo é rotina por aí, onde jovens frustrados pelos seus governos ou simplesmente revoltados com as injustiças sociais partem para a mais elementar reação política, a manifestação na forma de “vandalismo” contra a não aceitação de decisões dos chefes de plantão e do resultado de práticas sociais que não lhes agradam. Loucos e desajustados também existem, os psicólogos e psiquiatras sabem que não são poucos.
Com certeza nunca nenhum governo satisfará a todos, o que preocupa é perceber que no Brasil parece que ultrapassamos fronteiras razoáveis. O que isso significa? Não vale usar as declarações formais e eventuais daqueles que lucram com a Copa do Mundo...
Cascaes
10.2.2014

Ciro Barros, G. A. (20 de 09 de 2013). PARCERIA PARA A COPA: A POPULAÇÃO PAGA E O CLUBE LEVA. Fonte: Publica: http://www.apublica.org/2013/09/copa-do-mundo-curitiba-arena-da-baixada-engenharia-financeira/
Figueiredo, P. (28 de 10 de 2013). O presidente Joao Figueiredo e a Copa do Mundo . Fonte: Diplomatizzando: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2013/10/o-presidente-joao-figueiredo-e-copa-do.html
Martins, A. (5 de 12 de 2013). Copa-2014: Brasil terá tribunais de exceção? Fonte: Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/copa-2014-brasil-tera-tribunais-de-excecao-7783.html
Romário. (s.d.). Romário - Copa do Mundo, de 2014, e os Jogos Olímpicos, de 2016. Fonte: Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=1x0wr3ApsuI






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