sábado, 23 de março de 2013

Desesperadamente esperançoso


Evolução perversa, até quando?
Felizmente a multiplicação de universidades no Brasil está viabilizando o surgimento de escritores, historiadores, sociólogos, economistas e outros profissionais que estão produzindo obras literárias excelentes sobre o Brasil em todos os tempos. Esse pedaço significativo da América do Sul é maravilhoso por natureza, péssimo em termos de formação desde os tempos de sua criação por ato imperial da Coroa Portuguesa.
Por uma série de circunstâncias, principalmente em consequência do choque de realidade a partir da década de oitenta do século passado, estamos em situação econômica razoavelmente boa, podendo vir a ser ótima se alguns vícios forem contidos e reprimidos.
A atuação do CNJ e do STF revigorou essa esperança. Além disso, o Governo “descobriu” que tem impostos demais, mal distribuídos e pessimamente utilizados. Essa é a sensação observando a guerra iniciada com a discussão dos royalties, apontaram na rola e acertaram no pato...
A tragédia na Boate Kiss em Santa Maria abre um precedente histórico, o indiciamento do prefeito. Se ele será ou não levado a julgamento, veremos. O que importa é que aos poucos o povo vai tendo compreensão de quem mantém o Brasil nesse estado de indigência técnica, moral e administrativa (Familiares se emocionam com nome de indiciados da Kiss e pedem justiça, 2013). Talvez assim o resto dos delegados e promotores do Brasil percebam que a culpa de nossos agruras não é do mordomo...
Há muito a ser feito, contudo, antes de tudo, anular interferências até criminosas de figurões da República dentro e fora do espaço político. O STF e o Ministério Público Federal com o apoio da Polícia Federal têm feito sua parte, compete aos brasileiros em geral promover faxinas e ajustes de comportamento político, algo difícil num país em que cestas básicas ou empreguinhos no Governo mudam consciências. Não podemos acreditar em bandidos travestidos de lideranças políticas, se isso acontece algo está muito errado entre nós.
Sua Excia. Dilma Rousseff começou muito bem, agora parece querer “fazer o diabo” para ganhar eleições, isso é ruim para quem parecia governar acima de interesses político-partidários, pior para nós.
Existem problemas? Sim, e merecem atenção de todos. Sugerimos leitura atenta das excelentes manifestações da jornalista e escritora Miriam Leitão [ (Leitão, Saga Brasileira), (MiriamLeitão.com)]; é uma voz forte nessa floresta de bajuladores e dependentes de um Brasil enorme e que deveria ser vigoroso, criativo, inovador (afinal é um país tropical, com tudo para ser ajustado a seu clima) e acima de tudo competente e responsável.
Infelizmente, que maravilha para os demagogos, nosso povo depende da caridade oficial, oficiosa e oportunista para resolver problemas básicos. Talvez acorde com as tragédias recentes, se comparar o que tem com o que se faz para agradar os gringos da Copa do Mundo, por exemplo.
Com a redemocratização inventaram-se políticos (o “se” é oportuno, afinal muitos acreditaram que eram políticos). Os mais ousados se lançaram usando como argumento a militância estudantil, onde aprenderam a fazer discursos e suportar, alguns, a pressão dos mais violentos. Com certeza os melhores políticos daqueles tempos devem estar se revirando no túmulo observando o tipo de gente que fala em nome deles e no que o Brasil virou...
É de desesperar quando, fugindo das notícias de rotina (assassinatos, roubos, situações bizarras) procuramos descobrir nas entrelinhas o que acontece no Brasil. Que tristeza!
E agora João e Maria?
É tempo da declaração do Imposto de Renda, só para chatear. Cuide-se para não ser o vilão da história. Nesse país que solenemente substituiu a expressão “o contribuinte paga” por  “o governo paga”, tudo é possível.
Se alguém tem dúvida sobre o DNA que deu origem a esse continente mal administrado vale a pena e até se divertir com a série de livros ditos “politicamente incorretos” (Livros e Filmes Especiais)... Não é privilégio do Brasil, afinal nada melhor do que estudar a história dos “países desenvolvidos” para entender o que Nietsche (Humano, Demasiado Humano) afirmou em seus aforismos. Ao contrário desse escritor filósofo devemos, contudo, ser otimistas, trabalhar para aproveitar bem nossa índole a favor de nós mesmos e dos brasileiros em geral.
As nações exemplares passaram por períodos turbulentos até chegarem ao nível atual, talvez consigamos simplesmente usar a liberdade de expressão e de manifestação para fazer algo, afinal os  “caras pintadas” mudaram mais o Brasil que muitos movimentos “revolucionários” e seus heróis palacianos recentes.

Cascaes
22.3.2013
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/
Leitão, M. (s.d.). MiriamLeitão.com. Fonte: globo.com: http://oglobo.globo.com/economia/miriam/
Leitão, M. (s.d.). Saga Brasileira. Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2011/07/saga-brasileira.html
Luiza Carneiro, V. R. (22 de 3 de 2013). Familiares se emocionam com nome de indiciados da Kiss e pedem justiça. Fonte: G1: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/03/familiares-se-emocionam-com-nome-de-indiciados-da-kiss-e-pedem-justica.html
Nietzsche, F. (s.d.). Humano, Demasiado Humano (2 ed.). (A. C. Braga, Trad.) escala.





2 comentários:

Francisco Cezar de Luca Pucci disse...

Uma crônica pontual, como sempre. Como disse Gramsci: o otimismo da vontade contra o pessimismo da inteligência. Um abraço. Pucci

Anônimo disse...

Uma crônica pontual, como sempre. Como disse Gramsci: o otimismo da vontade contra o pessimismo da inteligência. Um abraço. Pucci