PREFEITO ELEITO, CONCESSIONÁRIO SATISFEITO.
Fonte:http://fureotubo.wordpress.com/
Como sempre, a prefeitura repete a fórmula: audiência
pública em espaço apertado e culpabilizações para o aumento da passagem. Desta
vez, requentando a estratégia, a idéia é demonizar os trabalhadores do
transporte coletivo, que no momento, buscam não apenas corrigir perdas
históricas, mas também acompanhar os aumentos da passagem aplicados por seus
patrões na tarifa, segundo a própria URBS.
Prefeitura e grandes grupos de comunicação questionam a
reivindicação de 30% dos trabalhadores, sem questionar o aumento demandado
pelos concessionários, inconsistências de planilhas, etc..
Entendemos que a reivindicação poderia ser até maior,
pois condições de frio, ausência de sanitários e riscos de vida justificam
adicionais de periculosidade/insalubridade suplantando o valor de 30%
pleiteado.
É provável também que os trabalhadores do transporte
tenham finalmente enxergado que não há absolutamente razão alguma para
permitirem que seus baixos salários sejam onerados, já que a única função dos
patrões é montar redes de influência na elite político-partidária e judiciária
do estado.
Entenda como funcionam os riscos e benefícios deste
NEGÓCIO, que é o SEU DIREITO DE IR E VIR:
COMPARATIVO DE DIREITOS E RESPONSABILIDADES
TRABALHADORES CONCESSIONÁRIOS
GANHOS
Possuem salário baixo e concorrem com outros
trabalhadores desempregados.
Ganharam
licitação pedindo o valor máximo possível, absolutamente sem concorrentes.
CORREÇÃO NOS GANHOS Em
termos de salário, jamais ganham o que pedem. Em
termos de repasse ou “tarifa técnica”, o que pedem,
ganham. Inclusive já estão ganhando os R$ 3,05 que pediram, gerando rombo no
orçamento municipal e ameaçando integração com região metropolitana.
ACIDENTES Em
acidentes, como no caso da tragédia da Tiradentes, o
motorista pode ser preso ainda ferido e em estado de
choque. Em
acidentes, como na tragédia da Tiradentes, até hoje não
houve responsabilização dos concessionários.
ESTABILIDADE Não
possuem estabilidade no emprego, podendo ser demitidos a
qualquer momento. Possuem
estabilidade: o contrato da última licitação é
para até 25 anos.
PARALIZAÇÕES Quando
fazem greve, são multados pelos nobres juízes e
promotores da sociedade paranaense. Não há qualquer
responsabilização/
penalização pela greve de seus funcionários, já sendo
vista pela população como LOCKOUT proposital, para forçar os aumentos.
PREJUÍZOS Assumem
responsabilidades: prejuízos com assaltos (isso quando
sobrevivem) ou fura tubos, são muitas vezes cobrados dos
trabalhadores.
Não
assumem responsabilidades: sequer pela compra de equipamentos se
resposabilizam, acusando a URBS como culpada por terem comprado vários ônibus
que não cabiam na canaleta.
AUMENTO DA VELOCIDADE E FATURAMENTO Não assinaram o contrato da
licitação
fraudulenta que aumentou a velocidade média dos veículos,
mas sofrem
penalização por atrasos. Sem
consulta aos trabalhadores do sistema,
assinaram unilateralmente com a URBS o contrato da
licitação fraudulenta, prevendo aumento da velocidade média, para aumentrar
faturamento sem aumentar frota.
A boa notícia é que a autogestão nunca esteve tão
próxima!
ESTÁ BASTANTE CLARA A DEMONSTRAÇÃO DE QUE O TRANSPORTE
COLETIVO DE CURITIBA É VITUALMENTE OPERADO POR UMA COOPERATIVA DE
TRABALHADORES, TODAVIA, SUJEITA À PRESSÃO DIRETA DA CONTRATANTE URBS E AOS
RISCOS DA CONTRATAÇÃO.
Qual a função dos empresários que já ocupam o posto há
décadas????
A resposta é simples: possuir os ônibus e garagens e com
isso onerar a tarifa e a mão de obra operacional.
Como resolver isso?
Para a posse dos ônibus, a solução é simples: FROTA
PÚBLICA.
Como?
A prefeitura pode utilizar parte do dinheiro da PPP do
METRÔ CURITIBANO que ela quer empurrar-nos guela abaixo: de fato, como já
dissemos, os 3 BI do projeto METRÔ CURITIBANO serviriam para adquirir a frota e
ainda sobraria muito, mas muito mesmo! O suficiente para subsidiar anos de
passe livre.
E a mão de obra?
Cooperativa, afinal já é o que eles são.
E o controle?
Conselhos paritários!
Mas e ainda daria para fazer passe livre?
Sim, com recursos da oneração progressiva do iptu.
Calma. Sem dúvida sabemos que não é tão simples assim,
mas temos certeza de que podemos caminhar nesta direção desde já, através da
frota pública, evitando-se, de quebra, mais uma PPP nas costas do cidadão
brasileiro.
No mais, a audiência pública foi enorme avanço popular.
Data desde a ditadura militar ausência de debate público oficial em Curitiba
sobre a matéria. As numeráveis e relevantes falas das diferentes entidades,
surpreendentemente, em conssonância programática foi o destaque principal.
O sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo
lúcido na denúncia de fraude nas planilhas, compreendendo a impotância das
gratuidades serem subsidiadas pelas empresas e não pelos usuários bem como
greve da categoria como instrumento de pressão e denúncia das condições
precárias de trabalho e sugestão de catraca livre para não prejudicar a
população.
Entidades como Dieese e outras que acompanham de perto a
‘caixa preta da URBS’ e a diminuição de usuários do transporte coletivo, graças
aos preços absurdos, também se opuseram à questão do reajuste. Houve até
militantes de partidos que defenderam frota pública, passe livre universal,
amplo e irrestrito com oneração pelo IPTUprogressivo como forma de subsídio
para o transporte tornar-se público efetivamente.
Todas essas intervenções trazem consigo em uníssono grito
as antigas pautas defendidas pelo MPL. Foi a primeira vez que participamos de
um debate onde a pulverização do programa de mobilidade urbana sustentável à
população como um todo, foi abarcado de maneira tão ampla por diferentes
entidades.
Esperamos que este seja o início de uma nova era para o
transporte na Região Metropolitana e em Curitiba. Já é passada hora do fim da
mercantilização do transporte coletivo.
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