As manifestações deste ano no Brasil mostraram além da
revolta diante do que será conhecido provavelmente como a maior fraude
eleitoral de nossa história, a raiva diante das revelações da Operação Lava
Jato com dimensões possíveis muito maiores do que informam (1) e a percepção dos
pacotes de maldades deste início de 2015, nesse caso merecendo reflexões sobre
o comportamento humano capaz de digerir e até abraçar ideologias, mas
dificilmente aceitando a incompetência monumental que se abateu sobre o Brasil.
O esporte profissional, com destaque para o futebol, é um
exemplo emblemático do que desejamos dizer. Os torcedores não querem saber dos
salários de seus craques, desde que vençam, tenham sucesso que o apaixonado por
esse padrão de espetáculo considera também uma vitória sua.
Salários e riqueza não ofendem ninguém que espera de seus
artistas shows inebriantes, o essencial é que apresentem bons espetáculos.
Os discursos são necessários na vida política, devem,
entretanto, refletir alguma lógica e coerência.
A Natureza tem leis imexíveis, permanentes, é só conhecê-las
com detalhes necessários e suficientes e saber usá-las para que imensas
barragens, prédios, estradas, cidades sejam feitas com qualidade,
confiabilidade e boa aceitação.
Não adianta colocar-se à frente de grandes obras e fazer
palestras, pronunciamentos etc. que contrariem a Natureza e suas leis. O bom
engenheiro, mais do que ninguém, conhece os riscos e compromissos técnicos do
que deve ser feito.
Paralelamente estamos imersos em sociedades que precisam de
sonhos e esperanças, o que nossos governantes precisam fazer é viabilizar esse
desejo que pode, inclusive, variar muito de pessoa a pessoa. Compete ao bom
político conciliar utopias e a realidade assim como a diversidade total da
espécie humana, agora sob o desafio da sustentabilidade.
Nisso tudo também sentimos a preocupação com a estética da
vida, do ser e estar. O que intriga, contudo, é a supervalorização da pompa e
circunstância de pessoas que deveriam ser mais atentas às suas
responsabilidades. Nesse viés merece leitura um livro sensacional, divertido,
irônico e revelador de muitas fantasias, “O Pêndulo de Foucault” de Umberto Eco.
Mais ainda se pudermos ler, ver, conhecer uma coleção extraordinária (na minha
opinião) de livros e filmes que relaciono em dois blogs [ (2) , (3) ], uma resenha
recente, sem mostrar autores e obras que fizeram minha base durante décadas em
que essa maravilha viabilizada pela WEB, o blog, não existia.
E as manifestações?
Estamos sob o imenso perigo dos brasileiros esquecerem as
causas e efeitos de fantasias e maldades e se concentrarem em conflitos típicos
de torcidas organizadas. Se alguém é dono da verdade que se apresente, pois
seria fantástico descobrir esse gênio miraculoso para podermos encontrar as
melhores soluções para nosso país. Acreditamos que ninguém reclamaria do custo
de uma boa seleção governando nossas cidades, estados e da União.
O que realmente estamos ganhando repugnância é do zelo de
nossas autoridades por honras e privilégios inúteis além de salários diretos e
indiretos consideráveis, queremos bons resultados e só.
Cascaes
15.4.2015
1. Amorim, Ricardo. Mas afinal, quanto custa a
corrupção? RiCAM. [Online] Revista Isto É, 8 de 2012.
http://ricamconsultoria.com.br/news/artigos/custo_corrupcao.
2. Cascaes, João
Carlos. Livros e Filmes Especiais. [Online] http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/.
3. —. Procurando
Saber, Entender, Aprender Filosofia, História e Sociologia - SEM CENSURA. [Online]
http://querendo-entender-filosofia.blogspot.com.br/.
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