segunda-feira, 13 de abril de 2015

Queremos bons resultados



Resultados, a ilusão do discurso e a vida real
As manifestações deste ano no Brasil mostraram além da revolta diante do que será conhecido provavelmente como a maior fraude eleitoral de nossa história, a raiva diante das revelações da Operação Lava Jato com dimensões possíveis muito maiores do que informam (1) e a percepção dos pacotes de maldades deste início de 2015, nesse caso merecendo reflexões sobre o comportamento humano capaz de digerir e até abraçar ideologias, mas dificilmente aceitando a incompetência monumental que se abateu sobre o Brasil.
O esporte profissional, com destaque para o futebol, é um exemplo emblemático do que desejamos dizer. Os torcedores não querem saber dos salários de seus craques, desde que vençam, tenham sucesso que o apaixonado por esse padrão de espetáculo considera também uma vitória sua.
Salários e riqueza não ofendem ninguém que espera de seus artistas shows inebriantes, o essencial é que apresentem bons espetáculos.
Os discursos são necessários na vida política, devem, entretanto, refletir alguma lógica e coerência.
A Natureza tem leis imexíveis, permanentes, é só conhecê-las com detalhes necessários e suficientes e saber usá-las para que imensas barragens, prédios, estradas, cidades sejam feitas com qualidade, confiabilidade e boa aceitação.
Não adianta colocar-se à frente de grandes obras e fazer palestras, pronunciamentos etc. que contrariem a Natureza e suas leis. O bom engenheiro, mais do que ninguém, conhece os riscos e compromissos técnicos do que deve ser feito.
Paralelamente estamos imersos em sociedades que precisam de sonhos e esperanças, o que nossos governantes precisam fazer é viabilizar esse desejo que pode, inclusive, variar muito de pessoa a pessoa. Compete ao bom político conciliar utopias e a realidade assim como a diversidade total da espécie humana, agora sob o desafio da sustentabilidade.
Nisso tudo também sentimos a preocupação com a estética da vida, do ser e estar. O que intriga, contudo, é a supervalorização da pompa e circunstância de pessoas que deveriam ser mais atentas às suas responsabilidades. Nesse viés merece leitura um livro sensacional, divertido, irônico e revelador de muitas fantasias, “O Pêndulo de Foucault” de Umberto Eco. Mais ainda se pudermos ler, ver, conhecer uma coleção extraordinária (na minha opinião) de livros e filmes que relaciono em dois blogs [ (2), (3)], uma resenha recente, sem mostrar autores e obras que fizeram minha base durante décadas em que essa maravilha viabilizada pela WEB, o blog, não existia.
E as manifestações?
Estamos sob o imenso perigo dos brasileiros esquecerem as causas e efeitos de fantasias e maldades e se concentrarem em conflitos típicos de torcidas organizadas. Se alguém é dono da verdade que se apresente, pois seria fantástico descobrir esse gênio miraculoso para podermos encontrar as melhores soluções para nosso país. Acreditamos que ninguém reclamaria do custo de uma boa seleção governando nossas cidades, estados e da União.
O que realmente estamos ganhando repugnância é do zelo de nossas autoridades por honras e privilégios inúteis além de salários diretos e indiretos consideráveis, queremos bons resultados e só.
Cascaes
15.4.2015

1. Amorim, Ricardo. Mas afinal, quanto custa a corrupção? RiCAM. [Online] Revista Isto É, 8 de 2012. http://ricamconsultoria.com.br/news/artigos/custo_corrupcao.
2. Cascaes, João Carlos. Livros e Filmes Especiais. [Online] http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/.
3. —. Procurando Saber, Entender, Aprender Filosofia, História e Sociologia - SEM CENSURA. [Online] http://querendo-entender-filosofia.blogspot.com.br/.


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