sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Uma CPI que merece respeito - Comissão Parlamentar de Inquérito do Transporte Coletivo Urbano de Curitiba

Uma CPI histórica e um exemplo para o Brasil
A realização da Comissão  Parlamentar de Inquérito do Transporte Coletivo Urbano de Curitiba[1] (relatório da CPI do Transporte Coletivo de Curitiba - mensagem do Vereador Jorge Bernardi , 2013) é um ato do Poder Legislativo de Curitiba que enobrece essa casa e deverá entrar para a história da Democracia no estado do Paraná.
Raríssimas vezes tivemos notícia de um processo tão homogêneo e tão bem articulado entre vereadores que souberam conduzir um processo tão completo e complexo, motivando manifestações estratégicas (Tribunal de Contas do Estado do Paraná, Sindicatos, ONGs) e criando formas de democratização de seus trabalhos.
Ela concluiu severamente, mas necessária diante da gravidade excepcional dos fatos, ao que tudo indica sem muitas contestações eficazes.
O que se pode veementemente lamentar é a ausência no Brasil de uma grande instituição de auditoria na área de Engenharia e Urbanismo com idoneidade incontestável e tradição em fiscalização de concessionárias.  
A qualidade e a confiabilidade de sistemas complexos exigem equipes extremamente bem preparadas e especializadas, não temos isso no Brasil. Países com tradição em operação de serviços essenciais por empresas privadas e consciência das “maldades humanas” e também da fragilidade do gerenciamento técnico já as têm há muito tempo. No Brasil essa ausência estratégica pesa em custos adicionais talvez gigantescos (Serviços Essenciais) e em padrões de serviços e produtos questionáveis.
A esperança, contudo, renasce quando vemos a Câmara de Vereadores de Curitiba preocupada com sua qualidade. Seu atual corpo diretivo demonstra preocupações raras de racionalização e atenção que pareciam impossíveis naquela casa (Câmara Municipal de Curitiba). Para os eleitores o fundamental é a adoção enérgica de bandeiras de interesse geral, entre elas a vigilância sobre os serviços essenciais, acessibilidade e inclusão, educação etc.
Com certeza quem decide sobre a qualidade dos políticos eleitos é o eleitor, o processo eleitoral, entretanto, é tal que viabiliza poderes alheios aos interesses populares. As campanhas eleitorais são caríssimas e dependem de doações nem sempre publicáveis. Compromissos de campanha mais as limitações e vícios de qualquer ser humano formam uma mistura insalubre à Democracia.
Assim ficamos empolgados com a qualidade dos trabalhos da CPI do Transporte Coletivo Urbano e a atuação da equipe[2]·, de seus componentes.
Fica o desafio ao povo brasileiro de analisar meticulosamente os sistemas e efeitos do transporte coletivo urbano de suas cidades e a pergunta se tudo o que aconteceu em junho de 2013 será apenas história ou se continua estimulando ações a favor da moralização das administrações públicas e privadas em serviços essenciais.
Em tempo, parabéns ao Senador Roberto Requião que parece conseguir a criação de uma CPI (Requião emplaca CPI dos Ônibus e promete devassa nas tarifas, 2013) dedicada ao transporte coletivo urbano no Senado da República.
Cascaes
13.12.2013

relatório da CPI do Transporte Coletivo de Curitiba - mensagem do Vereador Jorge Bernardi . (11 de 2013). Fonte: O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia : http://otransportecoletivourbano.blogspot.com.br/2013/12/relatorio-da-cpi-do-transporte-coletivo.html
Câmara Municipal de Curitiba. (s.d.). Fonte: Câmara Municipal Curitiba: http://www.cmc.pr.gov.br/index.php#&panel1-1
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
Moraes, E. (13 de 12 de 2013). Requião emplaca CPI dos Ônibus e promete devassa nas tarifas. Fonte: esmaelmoraes.com.br: http://www.esmaelmorais.com.br/2013/12/senado-requiao-emplaca-cpi-dos-onibus/






[1] Nos termos do requerimento 049.00003.2013, aprovado pela Câmara Municipal de Curitiba, esta CPI tem por finalidade "investigar os indícios de lucro excessivo e irregularidades no processo licitatório, na planilha de cálculo tarifário, bem como o recolhimento do ISS pelas empresas da rede integrada do Transporte Coletivo de Curitiba, nos contratos de concessão do serviço de transporte coletivo e seus aditivos, no Fundo de Urbanização de Curitiba, bem como investigar os indícios de irregularidades na Rede Integrada do Transporte Coletivo de Curitiba, como um todo".
[2] Jorge Bernardi – Presidente,  Serginho do Posto - Vice-presidente,  Bruno Pessuti – Relator, Valdemir Soares - Vice-relator, Chicarelli, Chico do Uberaba, Cristiano Santos, Geovane Fernandes, Mauro Ignacio, Noemia Rocha, Paulo Rink, Professora Josete, Tiago Gevert

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