sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mobilidade do pedestre e do ciclista e a acessibilidade e segurança de todos em Curitiba

Mobilidade do pedestre e do ciclista e a acessibilidade e segurança de todos em Curitiba
No discurso da sustentabilidade, está na moda, temos encontros sofisticados, pessoas importadas e floreios incríveis sobre temas que, talvez pela simplicidade de soluções possíveis, não interessando a megaempresas e vaidades de lideranças eventuais, não são aplicadas de imediato.
O aprimoramento das cidades pode e deve ser feito dentro de novos compromissos éticos, nacionais e internacionais.
Naturalmente tudo passa por um novo padrão de educação e mídia, orientando as pessoas a terem hábitos mais inteligentes e saudáveis. O desperdício é monumental e só por aí haveria muito a ser feito, instigando-se homens e mulheres a não usarem mal o que lhes é oferecido. O desafio, contudo, é agir, dar exemplo, explicar, racionalizar comportamentos e induzir crianças, jovens, adultos e idosos de que é importante para todos, para a sobrevivência da Humanidade, mudar paradigmas e atitudes.
Não se altera costumes em curto prazo. É utopia acreditar que todos logo se apaixonarão pelas novas propostas. A tendência é manter hábitos e seguir padrões televisivos, lideranças familiares, amigos etc. e a eterna competição freudiana que torna o ser humano mais preocupado com a amplitude do vizinho do que com sua própria existência. Ou seja, é importante massificar a mídia e fazê-la de forma intensa, adequada e objetiva.
É evidente que algo está errado nas lógicas de urbanismo e gerenciamento das cidades. Não pode ser tão prosaico quanto dizer simplesmente que a população local pediu nem tão violento que agrida o cidadão sem maiores explicações. Questões relativas ao planejamento, construção e manutenção de nossas vilas, cidades e metrópoles são essenciais à inclusão, à vida plena de todos. Só recentemente as grandes lideranças científicas, comportamentais e preocupadas com os direitos do ser humano perceberam como muito do que se fazia e mantém está errado, perigoso, devendo ser corrigido no menor prazo possível.
Com certeza muito do que se pretende fazer depende de quem manda, diz, discursa, aparece. O povo tende a aceitar pessoas com histórias de sucessos e essas lideranças, por isso, têm uma tremenda responsabilidade. É lamentável quando vemos personalidades capazes de mudar o mundo se desmoralizarem por erros inacreditáveis.
Precisamos, contudo, mudar.
Na vida urbana os prefeitos dispõem de instrumentos de atuação relativamente fortes, no Brasil, contudo, os municípios são o primo pobre entre a União e o Estado, pior ainda quando sabemos que grande parte da arrecadação depende da utilização de energia (elétrica, petróleo, gás), o que inibe esforços de racionalização de um forte fator de poluição e segurança. A reforma fiscal, tão discutida e nunca aprovada pela Corte, precisa considerar esses novos fatores de consciência planetária.
Sem grande esforço podemos colocar algumas questões na preocupação do que possamos fazer em curto prazo.
Andar, caminhar, qual é o médico que não pede que façamos exercícios? E as calçadas? Até usar o transporte coletivo urbano depende de bons passeios/calçadas (Cidade do Pedestre). Podem ser corrigidas dando-nos, adicionalmente, um imenso programa de aproveitamento de mão de obra da simples à complexa, à medida que, dentro dessa perspectiva, levarmos para debaixo da terra as redes de distribuição de energia e telecomunicações e mudarmos uma legislação municipal anacrônica.
Quem pode utilizar bicicletas pode se aventurar entre automóveis e caminhões? O ciclista deve trafegar na mesma pista dos pedestres (Cíclope)? O direito de ir e vir só vale para gente sobre pneus?
A pessoa com deficiência sente-se capaz de transitar pela cidade (Acessibilidade e o Arq Ricardo Mesquita)?
O que nos surpreende é que temos a Corte e o Poder e não temos quem veja essa questão no governo com profundidade e competência, ou não querem que exista isso. Com certeza muitos dos nossos “representantes” e prefeitos já estiveram em cidades melhores, mais acessíveis, melhor cuidadas. E o que fazem? Repetem feito papagaio que Curitiba é modelo de urbanismo e se negam a corrigir erros grosseiros. Em termos de passeios (calçadas) guardam com carinho exemplos da era da pedra lascada e polida (mesolítico - (Idade da Pedra)).
Temos propostas, sugestões não faltam, só que qualquer modificação do sagrado passado é uma luta extenuante, desgastante. Pior ainda, sentimos, eventualmente, um desperdício de energia e conflitos que acrescentam muito pouco à visão do futuro.
De um jeito ou de outro o Brasil deverá mudar, até porque pretende tratar os estrangeiros que aparecerem por aqui na Copa do Mundo e nas Olimpíadas como se por aqui nossos governos realmente respeitassem o povo...
Por quê demoram tanto para os ajustes que nos beneficiariam em prazo curto?
Note-se que a pessoa com deficiência em qualquer grau precisa de autonomia para poder ser independente na sua vida profissional, social, cultural e política. Para isso as cidades são extremamente importantes, devendo ter cuidados na “ponta da arte” com seus passeios, ruas, cruzamentos, faixas de pedestres, sinalizações, transporte coletivo, ambientes públicos, escolas, hospitais etc.
O crescimento da população idosa e a quantidade absurda de acidentes de trânsito e de trabalho produzem a cada ano milhões de pessoas que precisam de condições especiais para poderem viver com dignidade. O mundo moderno, onde a ciência e a tecnologia criaram situações paradoxais, maior expectativa de vida e a muitas armadilhas contra pessoas sem restrições, exige mais competência. Precisamos sair do discurso para a Engenharia, Arquitetura, Urbanismo, atitudes sociais e políticas positivas em relação à inclusão total de todos os seres humanos na vida comum.

Cascaes
6.5.2011
5.5.2011

(s.d.). Fonte: Acessibilidade e o Arq Ricardo Mesquita: http://acessibilidade-e-o-arq-ricardo-mesqui.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Cidade do Pedestre: http://cidadedopedestre.blogspot.com/
Cíclope, A. (s.d.). RECTIFICAMOS: POR LA ACERA NO. Fonte: CÍCLOPE, Bicicletas para el Desarrollo: http://asociacionciclope.blogspot.com/2011/04/rectificamos-por-la-acera-no.html
Idade da Pedra. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre : http://www.tre-pr.gov.br/internet2/tre/biometria2011.html

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