sábado, 20 de janeiro de 2018

As leis dos mais fortes

As leis dos mais fortes



A Natureza é aética, possui leis próprias e elas estão em tudo e todos que conhecemos. Sua “Constituição” é imutável, se algo se transforma é de acordo com o que o conjunto de leis naturais estabelece. Não existe ritual, oração, reza, sacrifício, templo, prestígio que mude a Natureza em sua inflexibilidade eterna.
Em relação ao ser humano é, portanto, draconiana. Não tem emendas, não mostra manipulações, é isenta de influências oportunistas, está aí, simplesmente. Talvez produza regulamentos, normas, decretos, portarias etc., afinal dizem que somos feitos à semelhança de um Deus universal... Será? Duvido!
Conhecendo com “profundidade” como é o Universo poderemos sobreviver. Insistimos em dizer entre aspas para enfatizar nossa ignorância: “com profundidade”. As pessoas mais sensíveis, contudo, percebem, sentem, desconfiam, imaginam que têm missões refletindo vontades desconhecidas.
O que seria “missão”?
Nada é mais estranho do que separar um compromisso saudável de algo equivocado. Podemos facilmente acreditar em obrigações hediondas.
O que é perigoso, portanto, é que essa percepção possa gerar comportamentos violentos, terroristas, suicidas etc. E isso acontece, o terrorismo em todas as suas formas demonstra isso. Estados teocráticos são o exemplo perfeito para esse comportamento absolutamente insano.
Alguns pensam que são deuses e podem decidir do jeito que bem entenderem. Aí não há sensibilidade, pura degeneração intelectual. No Mundo atual temos uma quantidade assustadora de políticos com essa mentalidade temerária.
Lamentavelmente estamos mais uma vez vivenciando um período de comportamentos radicais. O nazifascismo deixou sequelas assim como ações nacionalistas extremas.
Sentimentos e padrões religiosos e filosóficos anteriores, acima de tudo sobre instintos brutais que ainda não vencemos, imperam entre nós. Temos ascendências que devemos lembrar como histórias, simplesmente, delas tirando o que foi positivo, justo, saudável.
Lamentavelmente aprendemos a saborear vícios e manias doentias. Somente agora, recentemente, a humanidade decidiu agir para educar e combater vícios letais. Drogas, tabaco, bebidas alcoólicas estão dentro de nossas taras com efeitos devastadores.
Se as leis naturais são inflexíveis, nós nos organizamos gradativamente desde que a Humanidade surgiu sobre a Terra em cima de medos, mitos, lendas, convenções, esperanças, etc. e sempre de acordo com a vontade dos mais fortes, espertos, ousados e acidentalmente sobreviventes a doenças, taras e conflitos violento que produziram.
Vícios geram fortunas fáceis.
E o Universo?
Existimos por efeito circunstancial de nossas relações e na superfície de um corpo celeste complexo e “caprichoso” [1]. Basta um soluço na capa que envolve essa bola material e poderemos desaparecer.
Um capricho da Natureza é destruir “obras eternas”; Alexandria no Egito é um bom exemplo, que da Wikipédia transcrevemos:
Além disso, houve nessa época vários sismos violentos, tendo sido o de 21 de julho de 365 particularmente devastador. Segundo as fontes, houve 50 000 mortos em Alexandria, e a equipa de Franck Goddio, do Instituto Europeu de Arqueologia Submarina, encontrou no fundo das águas do porto centenas de objetos e pedaços de colunas que demonstram que pelo menos cerca de vinte por cento da cidade dos Ptolomeus foi afundada, incluindo o Bruchion, suposto enclave da Biblioteca.

Isso foi apenas uma gotinha em relação a tudo o que já sabemos das “obras humanas eternas”, com destaque para mausoléus colossais, estátuas comemorativas, fortalezas “indestrutíveis” etc.
Obviamente os pregadores se aproveitam dos fenômenos naturais para incutir medos doentios.
Nosso corpo é outro universo que desconhecemos, ou começamos a entender. Para dentro e para fora somos a fronteira da dúvida e certezas ingênuas. A sensação é a de que a pele é o limite de 2 universos distintos, complexos, fantásticos.
Vivemos muito pouco para sabermos tudo; a luta pela sobrevivência nos impõe padrões de comportamento severos. Pior ainda, desperdiçamos momentos preciosos de estudos e reflexões. Afinal, alguns sonham entender a vida.
Ao longo dos tempos pensadores, profetas, políticos, cientistas, generais, comandantes de guardas pretorianas e outros criaram propostas idealistas ou muito convenientes a seus desejos para seres humanos e sociedades perfeitas, lúdicas, ascéticas, fechadas, elitistas, comunistas, socialistas, religiosas, apocalípticas e vai por aí afora.
 Esqueceram que a perfeição (até na maldade) é uma utopia sob critérios radicais que principalmente inúmeros credos, religiões, seitas, ideologias, preceitos, rituais, livrinhos vermelhos, superstições estabelecem.
Num cenário sempre surpreendente precisamos aprender a sobreviver... Isso pode significar aceitar religiões, ideologias, regras dominantes, algo assustador.
Estamos em tempos confusos, mas acima de tudo sobrevivendo ao que podem e impõem os poderosos, sob a desculpa melhor ou simplesmente exibindo força. Maravilhosamente bons gênios da Humanidade resistem à podridão; ou simplesmente pessoas sérias trabalhando e gerando recursos para nosso aprimoramento pessoal, familiar, social, político, humanista, cidadão. O desafio é aprender, estudar, saber viver de forma responsável, sem deixar de ser feliz.
Para que a sociedade humana exista há a necessidade imperiosa de leis criadas pelos seus componentes de modo a serem capazes de conviver e evoluir, se possível na maior velocidade razoável, pois a Terra dá sinais de grandes transformações. A fragilidade dessa condição está nos detalhes ou mais do que evidentes na organização dos estados. A liberdade, a democracia e o “Estado de Direito” refletem nossa educação comum; no Brasil estamos muito distantes do que seria possível no século 21.
Os legisladores mostram suas tremendas deficiências e os profissionais do Direito têm por aí formas de ganhar muito administrando jurisprudências.
Sentimos de bacharéis e advogados e os timoneiros da Justiça que alguns abusam da juris-imprudência ou algo pior. O corporativismo nessa e em outras profissionais pode ser degenerativo de caráter. Seus pares reagem de forma tímida a excessos absurdos. Aliás, o que dizem seus códigos de ética e juramentos?
Existem, pior ainda, leis escritas e secretas, essas governando relações entre os líderes das manadas. Um exemplo perigoso é tudo o que rege o Mercado de Valores. O sobe desce evidencia especulações mórbidas. e quem realmente organiza as bancadas, ministérios, conselhos etc.?
Pior ainda os interesses da indústria bélica e os exércitos de mercenários explícitos ou ingênuos criando modismos e transformando seus clientes em cobaias e instrumento de exploração.
Países são governados por elites formais e informais e o resto obedece, esperneia, chora, trabalha, paga impostos, fornece soldados, tecnocratas, policiais, burocratas, etc.
Algo para pensar muito é sobre a condição de saúde física, mental, cultural etc. dos líderes. Tendemos a ter adultos em plena fase “executiva” e pessoas idosas, eventualmente já incapazes de sentir disposição para transferir poderes e levando no corpo todos os vícios possíveis. Não podemos esquecer que a geração atual de pessoas idosas e mais velhas vivenciou transformações gigantescas, acidentes, incidentais, ... cenários que podem ter prejudicado sensivelmente a saúde mental dessas lideranças.
Nossa civilização, contudo, desenvolveu-se oscilando entre teses extremas, raramente moderadas.
E o Brasil?
É fácil sentir quais são as melhores, mais adiantadas, preparadas. Triste é descobrir que vivemos num país infantil ou simplesmente irresponsável, imaturo. Zé Carioca fez escola...
Talvez estejamos mudando para melhor, sobreviveremos até podermos (ou nossos descentes próximos) dizer, quem sobreviver, com orgulho que vivemos num país sério?
Umberto Eco, Mário Vargas Llosa, Michel Foucault e muitos outros criaram histórias e teses fascinantes. Quem as conhece bem? Qual é a importância dessa pergunta pessoal, nossa? Inúmeros bons escritores e cineastas deram suas contribuições generosas [2]. A vantagem dos filmes é que são rápidos, os livros prolongam e realmente estimulam o senso crítico que possamos ter.
Do cinema e viagens turísticas vale lembrar a observação de um personagem do Jô Soares perguntando o que seus amigos e amigas tinham visto, e ele concluía com o bordão “...é um espanto!” [3].
Umberto Eco, principalmente, chamava a atenção para organizações que criam compromissos de lealdade mafiosas... a submissão tácita a líderes eventuais é algo preocupante.
A Santa Madre Igreja Católica agora parece se arrepender de seus pecados. O que fará para diminuí-los?
Algumas nações antes sanguinárias colocam-se como defensoras dos “Direitos do Homem (e mulheres}”. Antes tarde do que nunca. Precisamos de todos e de tudo para aprimorarmos a vida da Humanidade.
Atavismos culturais são barreiras que precisamos vencer.
Maravilhosamente as redes sociais forçaram a existência do jornalismo realmente independente. Agora (até quando?) temos comunicação instantânea, o suficiente para furar bloqueios de patrocinadores. Pesquisadores competentes relatam suas descobertas quando a ambição fortalecida pelos “direitos autorais” não atrapalha por excesso de amor pela glória com riqueza pessoal...
Os pecados capitais têm algumas formulações, são, contudo, uma grande contribuição cristã à Humanidade [4].
Pecados? Existem pecados graves?
Na minha infância, tendo aulas de Catecismo em Blumenau, aprendi que pecado grave acontece quando o pecador tem plena consciência do que faz, plena liberdade e mesmo assim decide pecar. Essas plenitudes existem? Conflitos e instintos além de centenas de horas de conversas com meu pai mostraram o caminho. Desisti de ser católico...
O que é um crime?
De qualquer forma aprendemos gradativamente à medida que a Tecnologia permite conhecimentos nunca dantes imaginados.
Estamos dentro de um cenário tremendamente didático. Os poderes institucionalizados estão em momentos cruciais. Já contabilizamos vítimas, a mais famosa para nós foi o Ministro Teori Zavascki, quantos anos precisaremos para saber algo realmente merecedor de credibilidade sobre o acidente que o vitimou?
No Brasil os eleitos usam e abusam do poder de representação. Inúmeras gravações e depoimentos (santa Delação Premiada) ilustram o que nos interessa para o saneamento desse país “varonil”.
Parece-nos que agora a preocupação é descobrir fórmulas para não serem punidos e, se possível, continuarem nos palácios tão amados, eventualmente sob outras camuflagens.
A sociedade humana sempre agiu dessa maneira de forma explícita, discreta, secreta, mística, militar, revolucionária, guerreira, mansinha, exibicionista, etc. explorando a ignorância, a covardia, leniência, pragmatismo, cumplicidade, utopias, fantasias e assim por diante das multidões.
O uso da força bruta é rotina, afinal, um único atirador [5] em Las Vegas mostrou que bem armado e municiado pode matar e aleijar dezenas de pessoas desprevenidas.
Felizmente alguns escritores, pensadores, filósofos, sociólogos, estudiosos do comportamento humano ajudam-nos, se assim quisermos, a entender o que acontece.
Diante de tudo o que aprendemos ficamos, contudo, em dúvidas cruéis.
Uma certeza, faltou muito tempo e saúde para leituras preciosas.
Compensações existem para quem não pode pensar.
O ser humano alienado é facilmente feliz. Por que não?
O que fazer para enfrentar a realidade? Podemos mudá-la positivamente? É importante mudar?
É bom responder uma questão essencial. Pode-se imaginar que tenham autoridade moral para tanto?
O poder de nações desenvolvidas é essencial à evolução humana quando utilizado de forma adequada. Tecnologia e vontades positivas são fundamentais à sustentabilidade em todos os sentidos. As sociedades primitivas estão muito longe da racionalidade necessária aos desafios que nossos descendentes enfrentarão.
O pesadelo acontece quando “países democráticos e avançados” dão sinais de regressão. Estamos em tempos confusos, o que deixaremos para nossos descendentes?
Antidepressivos fantásticos podem ajudar quando não resistimos mais. Caso contrário, sendo mais forte, o ideal é aprender que a vida é isso e o que poderá existir ou não saberemos adiante ou simplesmente, como muitos religiosos afirmam, teremos o prazer de não existir mais.
E para os brasileiros?
É difícil,  principalmente quando conhecemos os jogos de conveniência de gente entronizada em cargos, posições e montanhas de dinheiro desprezar o que acontece em nosso país.
Pessoas extraordinárias em torno da Operação Lava Jato e mais algumas poucas, com o apoio sincero ou não da mídia, abriram os esgotos do Poder na sua forma mais ampla possível.
Temos motivos para ficar decepcionados descobrindo a dimensão do lodaçal, afinal o Brasil deveria e poderia ser infinitamente melhor, mas evoluímos, sim. Crescemos fisicamente, aprimoramos o cérebro, somos poderosos [6]. E no Brasil não há como ignorar o que aconteceu e o cotidiano de personalidades famosas.
Quem idolatra o passado esquece que foi nos tempos anteriores aos recentes que o estrume viabilizou ervas daninhas.
Nossa esperança é a força do povo brasileiro.
Teremos eleições em 2018 e outras. Qualquer lei, decreto, norma, regulamento, instituição, empresa, associação, organizações públicas ou secretas poderão ser obrigadas a mudar de comportamento.
As formas de comunicação universais fizeram mais pela Humanidade que todos os papiros, lajotas, livros, espadas, guerras e tudo o mais desde que a humanidade surgiu com pernas, tronco, braços, pescoço, cabeça e complementos.
O impacto das redes sociais é imenso, e com isso poderemos avaliar nações e continentes.
Onde elas (redes sociais) são livres temos esperanças, afinal quem não quer ser feliz, viver plenamente, escapar de modismos e censuras?


João Carlos Cascaes

[1]
J. C. Cascaes, “Os segredos e descobertas da Natureza,” [Online]. Available: https://segredos-e-descobertas-da-natureza.blogspot.com.br/.
[2]
J. C. Cascaes. [Online]. Available: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/.
[3]
“Biografia de Jô Soares,” [Online]. Available: https://www.letras.com.br/biografia/jo-soares. [Acesso em 20 1 2018].
[4]
J. C. Cascaes, “Pecados Capitais - qual é o cristão que os respeita? 20170818094847,” [Online]. Available: https://youtu.be/IwdMzKdTb9s.
[5]
“Ex-contador e apostador: quem era Stephen Paddock, apontado como o atirador que matou mais de 50 em Las Vegas,” 3 10 2017. [Online]. Available: ww.bbc.com/portuguese/internacional-41473634.
[6]
BBC, “Você só usa 10% do cérebro? Pode aprender idiomas dormindo? Conheça 6 mitos sobre a mente,” G1 - Ciência e Saúde, 12 11 2017. [Online]. Available: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/voce-so-usa-10-do-cerebro-pode-aprender-idiomas-dormindo-conheca-6-mitos-sobre-a-mente.ghtml.







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