quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Poder Judiciário, momento de glória ou derrota



A discussão sobre a imputabilidade de políticos com cargos eletivos ou endeusados pela própria atuação, demagógica ou não, tem um valor inestimável ao Brasil. Esperamos que não retrocedamos aos tempos da monarquia absolutista e a sociedades construídas com classes sustentadas pelas armas e religiões.
Felizmente parece que a Humanidade evoluiu e algumas nações se colocam sob o império de leis que produzem democraticamente e com extremo cuidado.
O excesso de leis é tão prejudicial quanto a ausência, assim povos evoluídos discutem e estudam muito antes de inventar alguma lei “moderna” ou regulamentar as existentes.
A organização política geográfica também respeita essa multiplicidade de interpretações de leis e costumes, as diferenças podem ser grandes demais para aceitarem um comando absolutista, ainda que lastreada em constituições e outros artifícios. Vimos isso na fragmentação da União Soviética e de seus componentes, algo semelhante poderá acontecer quando a democracia realmente acontecer nos grandes impérios restantes.
O Mensalão e outros escândalos só mostraram o pico de icebergs da degradação que atingimos, algo que afirmamos sem poder provar, pois bandidos não costumam registrar suas atuações em cartório, pelo menos voluntariamente. O tremendo poder concentrado na Capital federal viabilizou esquemas gigantescos.
Felizmente nossa Presidente mineiramente deixa a Polícia Federal agir, esperamos que continue assim. O STF empolga e rezamos para que não mude de comportamento atendo-se a formalismos de leis feitas e aplicadas ao gosto de muitos bandidos poderosos.
Hoje saberemos o resultado da decisão do STF, se os políticos condenados devem ou não perder imediatamente seus cargos políticos. Alguém duvida? Seus eleitores teriam entronizado Suas. Excias. Sabendo de tudo o que fizeram e se faltassem recursos para suas campanhas (normalmente tão caras quanto suspeitos forem). Tudo é possível, afinal nosso povo engatinha e até rasteja diante de pessoas com títulos pomposos. Vícios da monarquia e ditaduras sob as quais vivemos.
Estamos, portanto, num momento de expectativa. De lado a lado ouvimos bons argumentos a favor de suas teses, exceto quando algum eminente juiz da Corte Suprema reafirma seu possível despreparo para sua função...
Precisamos avançar nos inquéritos. A corrupção mensaleira é apenas uma delas assim como o poder dos banqueiros é um espanto. Nossa Presidente forçou a redução dos juros, ótimo, deve estar pagando uma conta pesada por esta atitude. Em seu cargo ela precisa escolher soldados para sua trincheira, coitada!
Algo de valor inestimável ainda é a liberdade de expressão. As redes sociais e outros instrumentos de comunicação parecem começar a fazer efeito sobre as pessoas que os utilizam para algo mais do que a prática de pensamento positivo e amenidades, necessárias, mas complementares à ação política livre, o que muitos brasileiros sempre sonharam poder fazer. Agora é realidade.
Felizmente o Poder Judiciário começa a utilizar o artifício da delação premada, única forma de furar o bloqueio de muralhas gigantescas construídas com muita competência. Nos EUA até grandes assassinos tiveram suas penas reduzidíssimas quando apontaram com detalhes a atuação dos chefes de suas quadrilhas.
É o preço que vale a pena pagar.
O que os condenados pelo Mensalão e caso Carlinhos Cachoeira poderiam dizer?

Cascaes
12.12.2012



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