A sucessão de escândalos, que parece interminável e
assustadora cria rejeições à democracia, é algo extremamente perigoso. O ser
humano é o que é (Nietzsche) e o resultado disso
é a dimensão dos problemas que só agora descobrimos graças às facilidades de
comunicação e investigação.
O que precisa ser entendido, explicado, repetido e
enfatizado é que estamos na infância da vida democrática na humanidade após uma
eternidade de vivência em sistemas onde as arbitrariedades eram consideradas
virtudes quando praticadas pelos donos do poder. No Brasil, por efeito de sua
história, esse problema é evidente. A Monarquia garantiu territórios, mas
consolidou sentimentos aristocráticos. Se alguém duvida disso bastaria a
simples leitura do livro (Mauá - Empresário do Império) para ver a reação da
Corte e do Imperador ao sucesso desse empresário, quando iniciou sua estrada de
ferro no Brasil.
A corrupção era rotina e escapar dos impostos algo natural, vício
que persiste até nossos dias. O livro (Saga Brasileira) relata bem como era
a utilização de “empréstimos” do Banco do Brasil antes do ordenamento que veio
de forma dolorosa a partir da crise econômica que explodiu sobre nós na década
de oitenta do século passado.
Corrupção tornou-se palavra proibida nos tempos de censura,
e foram muitos desde a proclamação da República, agora, contudo, é comum graças
à liberdade de comunicação e à enormidade dos meios de comunicação.
Estamos assustados, não com o tipo de notícia de fatos que
existiram no Brasil diversas vezes, desde as pressões sobre o Poder Judiciário
até as mais sórdidas formas de cooptação, formação de quadrilha, etc., o que
preocupa é a dimensão de dois escândalos (Mensalão e Cachoeira) e
comportamentos inacreditáveis de líderes nacionais, antes tão empolgados em
lutas contra os poderosos de plantão.
A vacina, o remédio contra e para crimes do cidadão,
corporações e políticos deve ser submeter-se a leis e processos existentes e
possíveis ou processos revolucionários. Para o Brasil e brasileiros seria um
desastre inimaginável a ruptura da ordem institucional de forma violenta. Temos
que ter paciência e acreditar na Democracia e na Educação Cívica.
Obviamente é muito pouco provável que os adultos atuais
mudem algo de forma significativa, nasceram e cresceram imersos na
contracultura política e social. Felizmente, entretanto, a vida se renova e os
jovens sempre fazem a diferença, em todos os sentidos.
A liberdade imensa da garotada atual assim como as
facilidades de informação e hipóteses de insegurança num mundo imprevisível
criam condições para mudanças significativas, quais? Só tempo dirá.
O fundamental é compreender que muita coisa mudará. As
futuras gerações de seres humanos, no mundo inteiro, encontrarão ambientes
extremamente diferentes daqueles de seus avós, bisavós e até de seus pais.
O Brasil, que talvez escape dos piores efeitos da crise
econômica atual, se não se desmanchar por efeito de ONGs internacionais e
pressões inibidoras de seu desenvolvimento, será um país forte e capaz de tirar
proveito de tudo o que a natureza lhe proporciona.
O fundamental é esfriar a cabeça e encarar as doenças
políticas como sintomas de gripes, que chegam, prostram, dão febres e passam.
Obviamente algumas são fatais, mas talvez já estejamos vacinados contra as
piores epidemias.
Nossa esperança é a renovação, novos líderes e muita fé no
futuro do Brasil.
Cascaes
29.5.2012
Caldeira, J. (s.d.). Mauá - Empresário do Império.
Companhia das Letras.
Leitão, M. (s.d.). Saga Brasileira. Fonte:
Livros e Filmes Especiais:
http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2011/07/saga-brasileira.html
Nietzsche, F. (s.d.). Humano, Demasiado Humano
(2 ed.). (A. C. Braga, Trad.) escala.
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