quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Lideranças ou dinastias – e os especialistas?


Quando deixamos espaços livres de vigilância a tendência é que sejam explorados de forma criminosa. A série sobre a vida de Pablo Escobar mostra, também, quanto custa ser honesto e responsável em países degradados pelas facilidades ocultas. Agora a Operação Lava Jato mostra seu primeiro capítulo, até onde a mídia e o povo defenderão aqueles que agem corajosamente para salvar o Brasil dos abismos criados pelos vícios políticos, sociais, econômicos etc.?
As eleições aqui e mais ainda nos EUA mostram desvios de caráter assustadores, até quando?
O que intriga é lembrar como o cenário em que vivemos foi construído graças à omissão covarde ou oportunistas de lideranças que respeitávamos.
Graças à evolução dos meios de comunicação formais e independentes poderíamos ter evitado o inferno dantesco de uma crise que é um maná para os profissionais do Direito. Curitiba mostra em bons restaurantes, tão discretos quanto possível, gente fardada de advogado trocando confidências. É a Justiça que existe, essencial, o mais nobre dos poderes, mas ainda anos luz da democratização e universalização necessária.
E todos os outros profissionais, cientistas, acadêmicos, conselheiros etc.;? O que houve com eles? Tiveram medo de usar as redes sociais? ou simplesmente trocaram o ativismo social por salários ridículos?
Hoje (20 de outubro de 2016) , TV Globo, vendo reportagens dos hospitais em desmanche e multidões condenadas à pena de morte lenta e gradual por falta de aparelhos abandonados, especialistas, salas adequadas, de modo geral tema de responsabilidade dos estados, pudemos sentir no peito a impotência e a atuação ridícula de autoridades que parece que só diante da telinha global acordaram.
Emblemática é a nossa capital federal, onde os indicadores sociais não mostram a situação do povo em volta do centro dedicado aos grandes políticos, lobistas, comerciantes, universidades, apartamentos funcionais...
Felizmente lá temos o STF mais e mais atuante, que maravilha!
Brasília, com o maior lixão a céu aberto do Brasil (não?) é um símbolo de um país que priorizou estádios e museus, esquecendo seu povo que precisa de tudo, desde água até oportunidades de trabalho, nessa época sacrossanta dos economistas mais conservadores.
Que tristeza!


Cascaes
20.10.2016



Nenhum comentário: