Quando deixamos espaços livres de vigilância a tendência é
que sejam explorados de forma criminosa. A série sobre a vida de Pablo Escobar
mostra, também, quanto custa ser honesto e responsável em países degradados
pelas facilidades ocultas. Agora a Operação Lava Jato mostra seu primeiro
capítulo, até onde a mídia e o povo defenderão aqueles que agem corajosamente
para salvar o Brasil dos abismos criados pelos vícios políticos, sociais,
econômicos etc.?
As eleições aqui e mais ainda nos EUA mostram desvios de
caráter assustadores, até quando?
O que intriga é lembrar como o cenário em que vivemos foi
construído graças à omissão covarde ou oportunistas de lideranças que
respeitávamos.
Graças à evolução dos meios de comunicação formais e
independentes poderíamos ter evitado o inferno dantesco de uma crise que é um
maná para os profissionais do Direito. Curitiba mostra em bons restaurantes,
tão discretos quanto possível, gente fardada de advogado trocando confidências.
É a Justiça que existe, essencial, o mais nobre dos poderes, mas ainda anos luz
da democratização e universalização necessária.
E todos os outros profissionais, cientistas, acadêmicos,
conselheiros etc.;? O que houve com eles? Tiveram medo de usar as redes sociais?
ou simplesmente trocaram o ativismo social por salários ridículos?
Hoje (20 de outubro de 2016) , TV Globo, vendo reportagens
dos hospitais em desmanche e multidões condenadas à pena de morte lenta e
gradual por falta de aparelhos abandonados, especialistas, salas adequadas, de
modo geral tema de responsabilidade dos estados, pudemos sentir no peito a
impotência e a atuação ridícula de autoridades que parece que só diante da
telinha global acordaram.
Emblemática é a nossa capital federal, onde os indicadores
sociais não mostram a situação do povo em volta do centro dedicado aos grandes
políticos, lobistas, comerciantes, universidades, apartamentos funcionais...
Felizmente lá temos o STF mais e mais atuante, que
maravilha!
Brasília, com o maior lixão a céu aberto do Brasil (não?) é
um símbolo de um país que priorizou estádios e museus, esquecendo seu povo que
precisa de tudo, desde água até oportunidades de trabalho, nessa época
sacrossanta dos economistas mais conservadores.
Que tristeza!
Cascaes
20.10.2016
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