RIT e RMC – vítimas da improvisação
A aproximação do prazo para um acordo em torno da integração
do transporte coletivo urbano de Curitiba coloca em destaque o que na Copel
chamávamos de “provi sempre”, ou seja, correções provisórias que se transformam
em permanentes, apesar da precariedade e riscos inerentes ao que é feito “nas
coxas”, com o perdão da palavra.
Nas coxas só charuto cubano é realmente bom...
A omissão de prefeitos, governadores e até do Governo
Federal em relação ao transporte coletivo metropolitano e o urbano, quando não
envolvem e obras e equipamentos midiáticos, é um espanto, será ignorância? Ou
as necessidades reais do povo realmente trabalhador não são prioridades? Pão e
circo para a plebe? A Corte não usa transporte coletivo urbano.
O tema deveria ser motivo de análise permanente de equipes
de alto nível técnico e político, não foi. Graças à acomodação até de nossos
parlamentares foi empurrado com a barriga para gavetas. Tivemos discussões, sim (RMC em
debate, 2010) ,
mas, misteriosamente, foram esquecidas.
Poderíamos, a essa altura, ter um belíssimo sistema se
aproveitássemos os exemplos existentes nas boas cidades do nosso planetinha;
procuramos até estimular o Ministério Público do Paraná a alguma iniciativa (Ofício ao Ministério Público em 25 de fevereiro de
2009 , 2009) .
A onda “Copa do Mundo” transformou-se em marola diante da
ineficácia daqueles que poderiam ter sido mais ágeis; principalmente no início
o Paraná teve como obter recursos para bons projetos, infelizmente nas gavetas
de nossos planejadores só tínhamos anteprojetos ruins ou mal feitos.
Note-se que o tema integração metropolitana é complexo. Deve-se
evitar transformar vilas e cidades em simples dormitórios, a descentralização é
importantíssima. Não é saudável concentrar serviços essenciais nas sedes das
metrópoles.
Algo aconteceu para equipar a constelação de cidades que
formam a RMC em unidades autônomas do ponto de vista atendimento médico,
clínico, segurança, lazer, cultura etc.? Foi significativo esse conjunto de
iniciativas?
Voltando ao tema transporte coletivo metropolitano, as
famosas tarifas técnicas têm sido auditadas rigorosamente? A bilhetagem
eletrônica é confiável? Não é manipulada? Qual a segurança que oferecem ao
público pagador de passagens? Quem faz as auditagens? É independente dos
interesses econômicos e de maus políticos? Existe vigilância dos cobradores e
motoristas para impedir “armações” nas catracas? Usando muito o transporte
coletivo já vimos de tudo...
Hoje, dia 1 de maio de 2013, é o Dia do Trabalhador. Com certeza
anúncios simpáticos serão feitos. É rotina!
A vida do trabalhador depende de muita coisa, inclusive de
salários decentes, justos. Nesse sentido vemos progressos importantes. Mas e o
resto?
Desde planos habitacionais extremamente modestos,
construindo favelas de tijolos, até o atendimento de suas necessidades
essenciais é “pralamentar”.
Nossos parlamentares fariam muito se em vez de gastar tempo
com projetos laudatórios, CPIs inúteis, projetos de lei para defender colegas
etc. se dedicassem honestamente a conhecer, conviver e procurar soluções para
os seus eleitores.
Cascaes
1.5.2013
Cascaes, J. C. (25 de 2 de 2009). Ofício ao
Ministério Público em 25 de fevereiro de 2009 . Fonte: O Transporte
Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia :
http://otransportecoletivourbano.blogspot.com.br/2009/02/oficio-ao-ministerio-publico-em-25-de.html
IPARDES. (27 de 10 de 2010). RMC em debate.
Fonte: O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia :
http://otransportecoletivourbano.blogspot.com.br/2009/10/rmc-em-debate.html
Um comentário:
IMPROVISEMPRE... Enquanto a informação continuar atrelada ao espetacular marketing estético, ela vai reinar.
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