Os “enlatados” importados e conveniências nacionais - qualidade e acessibilidade
A importância da televisão é imensa, criando comportamentos
e formulando posicionamentos técnicos, políticos e sociais. Essa amplitude
obriga-nos a ficar atentos à programação das TVs, pois são autênticas salas de
aula instaladas em nossas residências.
Queremos, também, poder ver bons programas e entender o que
dizem. Esse desafio, além da formação que tivermos, depende de nossa acuidade
sensorial e intelectual. Para isso o congresso formulou leis e o Governo
Federal editou decretos, normas, regulamentos e até programas que raramente são
respeitados, principalmente pelas emissoras privadas.
Pior ainda, sentimos que procuram escapar de suas
obrigações. O deficiente sensorial e os idosos são as principais vítimas dessa
discriminação, pois dependem de uma soma de recursos para entender o que se
transmite. Para o surdo, além da inexistência de intérprete LIBRAS agora parece
haver um esforço para eliminar legendas (as emissoras de televisão por assinatura, querem
aumentar o número de programas dublados; eu pergunto: e os deficientes
auditivos?, 2012) .
Estivemos na Reatech neste ano e algo que nos chamou a
atenção foi a facilidade com que um especialista, usando seu notebook e datashow,
transformava em palavras o que o palestrante falava, assim como a posição
errada da intérprete LIBRAS em relação ao palestrante, luzes, telas etc. (Cascaes, Tecnologia Assistiva, 2012) . Filmando optamos
pela intérprete, o que foi lamentável , pois perdemos parte da exposição dos
palestrantes.
Em seminários, audiências públicas, palestras de promovidas
por entidades importantes etc. percebe-se facilmente o desprezo pelo deficiente
auditivo e visual, sem tem recursos de TA são mal usados e não ainda reclamar,
parece que ofendemos os organizadores quando sugerimos algo.
Se o problema é grave nesses encontros, é alarmante na
programação das TVs a Cabo, parece que se esforçam para fugir a suas
responsabilidades.
Uma questão que se mantém ao longo das décadas em que
existimos é quando o povo brasileiro produzirá seus próprios filmes e programas
com padrões originais e temas de interesse realmente nacionais. Mais ainda, será
que algum dia nossas superpoderosas emissoras de TV respeitarão as leis de
acessibilidade?
É constrangedor ver que pelo menos um grande sistema de TV a
cabo prefere mostrar programas de roça dos EUA a filmes e reportagens do
Brasil, sem legenda ou LIBRAS, quando muito dublados e mal legendados
(gradativamente piores). Os programas
educativos, científicos de extrema qualidade vão dando lugar a filmes e
reportagens de segunda ou terceira.
Sabemos que são poderosas, ou melhor, seus responsáveis
exercem um poder gigantesco ao decidir que programação oferecerão. Sendo empresas
privadas procuram maximizar lucros, mesmo que isso signifique degradar a
formação dos brasileiros. Teriam feito parte de algum acordo de mídia e
valorização de interesses impublicáveis? Os escândalos são tantos que até
desconfiamos de que somos (idosos e/ou PcD) moeda de troca de conveniências...
O que surpreende é a opção pela exposição de programas
tenebrosamente ruins, será que têm audiência ou são muito baratos ou pagos por
grupos querendo fazer nossa cabeça?
Os enlatados, entretanto, além da qualidade duvidosa atendem
interesses industriais estrangeiros, fabricantes de armas e comportamentos
grosseiros. Vemos perplexos que espaços antes nobres viram janelas para gente
medíocre mostrar seus poderes e pontarias.
Não queremos censura política, mas controle de qualidade
seria algo extremamente desejável, ainda que perigoso. Afinal as emissoras de
TV são concessionárias, ou seja, prestam serviços por delegação de nosso povo.
Podemos até imaginar que exista uma simbiose perversa entre grupos ocultos
(lembrando as “forças ocultas” de Jânio Quadros).
O que o cidadão comum deseja? A vontade dele, sendo mais
ingênuo, é formada pela mídia e a “democratização” dos meios de comunicação
será a satisfação do gosto popular. Ótimo para os mercadores de tempos de
telinha quando isso une custos reduzidos e importação de hábitos e ideais dos
gringos.
Existe uma compensação, a ausência de acessibilidade exclui
da audiência quem não escuta bem (por exemplo), assim idosos com redução de
audição e pessoas com deficiência auditiva gradativamente procuram outras
formas de informação, cultura e lazer, ótimo!
O desagradável nisso tudo é a hipocrisia. Estamos agora na
fase do escândalo “Carlinhos Cachoeira” e vemos programas nacionais mostrando e
promovendo cassinos estrangeiros. Isso porque ainda não quiseram mostrar os
caça níqueis flutuantes... Assim descobrimos reportagens intermináveis sobre
diversos crimes e políticos e o desvelamento de forças ocultas há muito
tempo... Quanto à jogatina, como disse esse indivíduo, é melhor para ele que o
jogo continue sem liberação e regulamentação.
Brasileiros, devemos ser tema de muitas piadas, além das
interferências escabrosas da FIFA num acordo que descobrimos a “conta gotas”
criamos outras situações tragicômicas.
Aplaudimos estrondosamente as decisões do governo atual.
Parece-nos que algumas delas valem sacrifícios intelectuais e morais, mas...,
quantos?
O Brasil tornou-se uma tremenda maçã desejável por lobbies
industriais e imperialistas, assim essas organizações de telecomunicações
mostram programas visando a criação de climas de conflitos e divisões do
Brasil. Tudo pode ser atribuído ao mais legítimo sentimento de amor pelo espaço
vital, ecologia, coisas assim que ao longo da história recente justificaram
guerras e divisões de continentes.
Temos uma tremenda cachoeira de indignações vendo a
programação das TVs no Brasil.
Isso não é novidade. Em outros países grupos econômicos
poderosos aprenderam a usar e abusar do direito de exploração da mídia
televisiva. Aqui, entretanto, estamos vendo e cansando da má qualidade,
inclusive, da propaganda dos sertões estrangeiros.
Até quando? Qual será o resultado da massificação da
mediocridade?
Cascaes
14.5.2012
Cascaes, J. C. (14 de 5 de 2012). as emissoras de
televisão por assinatura, querem aumentar o número de programas dublados; eu
pergunto: e os deficientes auditivos? Fonte: O Deficiente Auditivo:
http://surdosegentequeluta.blogspot.com.br/2012/05/as-emissoras-de-televisao-por.html
Cascaes, J. C. (14 de 4 de 2012). Tecnologia
Assistiva. Fonte: Deficiente Auditivo:
http://surdosegentequeluta.blogspot.com.br/2012/04/blog-post.html
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