domingo, 4 de março de 2012

Partidos Políticos?

Partidos políticos?
Cada povo tem o governo que merece. Talvez isso tenha levado o PT a mudar tanto nessas últimas décadas. O PSDB demorou um pouco e perdeu o bonde, não se ajustou para vencer eleições, ou melhor, um matou o outro dentro do próprio partido. Isso para só falar desses dois grandes partidos após 1988.
 A proliferação de partidos políticos mostra que forças existem em nosso país. E daí?
Democracia é o governo do povo pelo do povo e para algum povo, qual?
A formação das equipes gerenciais em repartições públicas, estatais, autarquias etc. nesses últimos mandatos de prefeitos, governadores e presidentes mostraram muita coisa. A Corte é fascinante por diversos motivos e assim os descontentes criaram agremiações políticas denominadas “partidos políticos” que, entrando para a base de sustentação do Poder Executivo, mostram os dentes.
Infelizmente não temos um sistema de governo efetivamente presidencialista ou parlamentarista, é algo sem definição clara. Nas eleições votamos em pessoas que mostram a fragilidade de suas conquistas quando são obrigadas a se submeterem a caprichos e vaidades absurdas, além de outros interesses menos publicáveis. Nessa salada indigesta os brasileiros perdem e muito.
Sempre é bom ressaltar, gritar, repetir, divulgar etc.: a Constituição Federal de 1988 exagerou na delegação de poderes à União, o resultado é que já temos dezenas de ministros, secretários etc. e leis que são ótimas para alguns estados, péssimas para outros.
Precisamos de uma epidemia fortíssima de patriotismo e realismo. O pragmatismo nacionalista não é ruim, ao contrário, é sinal de respeito a leis escritas ou simplesmente consensuais. Nesse sentido o Brasil carece de uma reestruturação institucional, transferindo-se para os estados ou para regiões a serem formadas (com autonomia administrativa e parcialmente legal) os impostos, as atribuições, os direitos e deveres que a União gerencia sem condições de fazê-lo.
Obviamente ninguém gosta de perder poder, menos ainda as grandes corporações e empresas que sentiram as facilidades do Planalto, onde estão longe da indignação das grandes cidades sem os privilégios de um “Distrito Federal”.
Nossa Versalhes afasta-se do povo com programas e discursos pomposos para em seguida promover cortes orçamentários que serão devolvidos, provavelmente, após negociações políticas meticulosas. Isso é acintoso, principalmente quando percebemos que determinadas nomeações atendem interesses paroquiais.
Nosso povo precisa reagir com a audácia das grandes mudanças que necessitamos, se possível sem violência. Cansamos de ouvir políticos fazendo discursos, queremos resultados. Com certeza o Governo Federal obteve alguns, graças a reações fortes em momentos de nossa história. A luta pela Petrobras é um exemplo para o mundo, apesar da influência nem sempre de acordo com os interesses nacionais de seus acionistas privados (de qualquer nacionalidade). Aliás, grupos econômicos poderosíssimos não cansam de falar das maravilhas da privatização das estatais.
Ou seja, algumas empresas e atribuições federais não poderão ser diluídas, mas nossos estados e municípios carecem de maior autonomia e recursos. A distribuição de impostos é favorável a um Brasil em tempos de crise, que foi superada depois de diversos planos mal feitos. O Banco Central e o pessoal da área econômica fez das tripas o coração apara escapar de humilhações gregas.
E a política?
Essa é uma questão extremamente delicada que, denominando-se democrática, está nas mãos de grupos restritos de poder econômico e midiático, principalmente (sem falar em coisas piores). Os denominados políticos raramente falam em nome deles. Menos ainda de seus eleitores.
Procura-se imbecilizar o povo, o esforço é visível de diversas formas. Modelos antigos retornam com a força que a tecnologia permite.
Falam em fim do mundo, talvez ele esteja muito próximo pela regressão mental da humanidade. Ou, quem sabe, vale sentir a violência do poder de incompetentes e oportunistas para que se acorde da letargia em que mergulhamos e avancemos para a formação de bons governos e sistemas políticos funcionais.
Cascaes
3.3.2012

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