Camaleões e as bombas políticas
O ódio ideológico e a violência política são características
extremamente nocivas a qualquer sociedade humana (ou humanoide).
A demagogia
irresponsável foi a marca brutal dos últimos governos criando
condições para mais um período indefinido de miséria crescente ou, com muita
sorte, sustentação de um nível de desenvolvimento que deveria ser apenas um
momento de uma escala que parecia radiosa (apesar dos avisos de alguns
políticos e especialistas independentes).
É bom viver com o maná e passeando pelo deserto cultural,
mas as leis naturais, inclusive na economia, aparecem mais cedo ou tarde.
Desolador é sentir que em momentos de borrascas, tempestades
e tantas dúvidas algumas lideranças oportunistas aproveitem as oportunidades que
aparecem para mostrarem imagens que não tinham até há poucos meses, ao
contrário, eram de bases aliadas fieis. Parece que a sorte do povo é simples
detalhe nas ambições de muita gente poderosa e seus acólitos.
No Brasil o camaleão
é um bichinho que poderia ser o símbolo quase perfeito de muitos políticos,
talvez uma mistura de onça com esse lagartinho mutante. Mudam de cor quando necessário, movimentam-se
para a frente e para trás, colam nos galhos, têm uma língua enorme, boca
desproporcional, um rabo significativo, olhos que se movimentam para todos os
lados. Já a onça, o maior felino brasileiro, é territorialista feroz, predadora
dominante e perigosa.
Lamentavelmente descobrimos “cobras e lagartos” da
personalidade de muitos brasileiros notáveis com a evolução da Operação Lava Jato
e outras assim como percebemos que desperdiçamos muito tempo e dinheiro em
projetos que não eram prioritários. Agora somos reféns de mosquitos, do São
Pedro, do crime organizado etc. e continuamos sem condições de atender nosso
povo como seria necessário, um resgate social urgente e fundamental para a
construção de um futuro digno e responsável. Em tempo, todos têm circos e festas, alguns dispõem
de praias e programas excepcionais para poderem suportar a travessia desse
deserto interminável.
Camaleões ou não estamos em tempos de instabilidade
assustadora e nossos animais políticos se recusam a ponderar possíveis
estragos. Não discutem o essencial como vimos acontecer na Grécia, onde o país
rasteja diante de uma situação praticamente irreversível. Aqui ainda podemos
muito, ou podíamos. O desastre foi imenso e se propagou para muitos estados e
municípios.
Os pacotaços foram a prova inequívoca de que todos os que
governavam sabiam que navegávamos em direção a rochedos...
O pesadelo será o império dos radicais, dos salvadores da Pátria.
Com certeza devemos manifestar de forma contundente nossa revolta, mas tendo
cuidado para que filhos e amigos não se transformem em “buchas de canhão”.
É um jogo pesadíssimo e inevitável diante das
circunstâncias, mas ganhamos novas referências éticas. Precisamos acreditar na
força da mídia mais honesta e do Poder Judiciário, Ministérios Públicos, Auditorias
etc.
Em tempo, uma pergunta, quantas CPIs foram úteis ao Brasil?
Quantas só atrapalharam? Qual é o custo desse teatrinho?
Cascaes
7.8.2015